“Cheias de Charme” é chanchada contemporânea
Existem muitas semelhanças entre Avenida Brasil e Cheias de Charme – novela de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira que estreou nesta segunda, 16/04, às sete da noite. É inegável o apelo popular de ambas, e elas chegam mesmo a ficar muito parecidas em algumas sequências, repetindo cenários, ambientações e tipos humanos. Mas existe uma diferença gritante: enquanto Avenida Brasil nos apresenta um drama urbano baseado na tragédia clássica, com pitadas de humor, Cheias de Charme é a mais pura chanchada melodramática.
As chanchadas do cinema nacional – filmes, geralmente musicais, de humor popularesco e ingênuo – fizeram sucesso entre as décadas de 1930 e 1950. Cheias de Charme é assim, uma chanchada urbana contemporânea. Um melodrama ("melos", do grego música, + drama) caricato, feito não apenas para agradar a "nova classe C" – a atual menina dos olhos da TV brasileira –, mas a todos os públicos.
E o primeiro capítulo já deu o tom da novela: apresentou as três "empreguetes" protagonistas (Taís Araújo, Leandra Leal e Isabelle Drummond) – pobres, sonhadoras, cada uma com suas características e dramas – em contraponto com a vilã Chayene, a poderosa cantora technobrega que promete balançar a novela nos próximos seis, sete meses. Cláudia Abreu foi o grande destaque dessa estreia – ainda que tenha aparecido em poucas cenas -, personificando a caricatura das musas de um estilo musical em que o exagero mexe com o imaginário popular.
E é no imaginário popular que Cheias de Charme se apoia. A estreia foi ágil, agradável, divertida. Promete.
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