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Estreia de “Além do Horizonte” lembra o seriado “Lost”

Nilson Xavier

04/11/2013 21h15

Juliana Paiva em

Juliana Paiva em "Além do Horizonte" (Foto: Divulgação/TV Globo)

Não deu outra! A hashtag (palavra chave) #Lost chegou aos Trending Topics (os assuntos mais comentados) do Twitter antes de #AlemDoHorizonte na estreia da nova novela das sete da Globo, nessa segunda (04/11). Mas a lembrança ao seriado americano era inevitável: tomadas, ambientação, trilha sonora, o suspense, tudo remetia a "Lost". Também a vários outros filmes e séries de suspense e mistério em ilhas perdidas e/ou assombradas ("A Ilha do Dr. Moreau", "Terra Nova", "A Vila", "Horizonte Perdido", "Jurassic Park", etc).

O suspense de aventura parece que vai ser mesmo a aposta de "Além do Horizonte". Certeira? Arriscada? Cedo para concluir. O primeiro capítulo já deixou claro que a Amazônia esconde um monstro terrível, conhecido como "a Besta". A Teledramaturgia brasileira já teve outras lendas, mais inofensivas (a Mulher de Branco, o Cadeirudo, etc). Mas a Besta também pode ser uma fantasia alimentada pelos poderosos da região para ter a população ignorante nas mãos. A conferir.

A dupla de autores – Carlos Gregório e Marcos Bernstein – vem da equipe de roteiristas da novela "A Vida da Gente" (2011-2012), de Lícia Manzo.  Carlos Gregório também é ator, tendo participado de várias novelas na Globo desde a década de 1970. Como roteirista, entre outros trabalhos, esteve na equipe da série "Tudo Novo de Novo" (2009). Marcos Bernstein já tem experiência com o suspense:  com João Emanuel Carneiro escreveu a série "A Cura" (2010). E já vem de uma carreira no cinema: roteirizou longas como "Faroeste Caboclo", "Meu Pé de Laranja Lima" e "Central do Brasil", este último também em parceria com João Emanuel Carneiro.

Juliana Paiva (de "Malhação" e "Ti-ti-ti"), a Lili da história, é a protagonista. A jovem atriz mandou bem nesta estreia, revelando que sua personagem é mesmo uma garota voluntariosa (pra não dizer chata), o que lhe exigiu bastante. As melhores cenas foram dela, como a do início em que ela se assusta com um sapo na festa de noivado. Ótima metáfora com seu noivo.

Trilha sonora, fotografia e tomadas bacanas. Direção (geral de Gustavo Fernandez em núcleo de Ricardo Waddington) idem. Pouco ainda foi revelado ao telespectador, da história ao elenco. Uma novela híbrida, que mistura seriados e filmes de aventura com nosso caro folhetim tupiniquim. E, por isso mesmo, também pode remeter à saga "Os Mutantes" da Record. O pano de fundo é a busca pela felicidade na Amazônia, esse lugar além do horizonte – de acordo com o roteiro. Talvez por isso os americanos queiram tanto ela.

Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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