Público conservador parece rejeitar “Pecado Mortal”
É difícil concluir quem é o vilão de "Pecado Mortal", a novela da Record. Não o vilão da história, mas o vilão que impede que a trama de Carlos Lombardi deslanche na audiência. Patinando nos 6 pontos no Ibope da Grande São Paulo, a novela mantém o baixo índice das tramas anteriores no horário.
A Globo tem esticado seu folhetim das nove, "Amor à Vida", o quanto pode. Ontem, quinta-feira (28/11), a novela de Walcyr Carrasco terminou às 22h45. A Record entende que o melhor público para "Pecado Mortal" é aquele que viu "Amor à Vida" e troca de canal procurando uma outra novela. E quanto mais "Pecado Mortal" for empurrada para mais tarde, menos público terá.
Outro fator a ser considerado é que a Record perdeu parte do público de novelas que tinha. "Vidas em Jogo", que terminou em abril de 2012, foi o último folhetim da emissora a registrar dois dígitos no Ibope. "Máscaras", que veio na sequência, afundou a audiência e, desde então, a emissora não consegue emplacar uma novela com resultados satisfatórios – entende-se dois dígitos no Ibope.
De todas as novelas apresentadas desde então, "Pecado Mortal" é, sem dúvida, a melhor delas. Uma produção caprichada, uma novela bem feita, bem dirigida (direção geral de Alexandre Avancini). Um elenco milimetricamente escalado, com ótimos atores. Uma trama interessante, história bem contada, que mistura romance, dramas familiares, e uma boa dose de trama policial, com ação e um tanto de violência. A fórmula foi pensada para conquistar desde a dona de casa até o pai de família.
De quebra, o texto sempre inspirado de Carlos Lombardi, na medida certa, sem mais os exageros de humor de suas novelas das sete horas da Globo. No ar, "Pecado Mortal" mantém a grife do autor, inclusive com os descamisados e as mulheres sensuais – como não poderia ser diferente.
É difícil traçar um diagnóstico. Mas arrisco um. O telespectador da Record, o que prestigiava as novelas até "Vidas em Jogo" e que se esvaiu, parece um público muito conservador, que não se empolga com as liberdades criativas de Lombardi, com seu universo permissivo, onde o sexo está sempre implicitamente presente.
"Pecado Mortal" começou num ritmo alucinante e pode, a princípio, ter confundido o telespectador. Lombardi reduziu a velocidade. A novela está mais romântica, mais leve, com muitas cenas "de família", de relação pais e filhos, envolvendo o afeto do clã dos Veneto. Parece que a iniciativa visa cativar e chamar a atenção de um público que não vê com bons olhos a permissividade lombardiana perpetuada em tramas com personagens em pouca roupa e um texto repleto de tesão nas entrelinhas.
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