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Números musicais em "Meu Pedacinho de Chão" poderiam ser mais frequentes

Nilson Xavier

25/06/2014 11h56

Gabriel Sater, Emiliano Queiroz e Antônio Fagundes em

Gabriel Sater, Emiliano Queiroz e Antônio Fagundes em "Meu Pedacinho de Chão" (Foto: Divulgação/TV Globo)

No capítulo desta terça-feira (24/06) de "Meu Pedacinho de Chão", o público foi mais uma vez agraciado com um bonito musical dentro da novela. Comandado pelo produtor Tim Rescala, o elenco já havia cantado, em outra ocasião, "Chuá Chuá", de Pedro de Sá Pereira e Ary Pavão. Desta vez, a música foi "A Dor da Saudade", de Mazzaropi.

A canção interiorana sempre esteve presente na obra de Benedito Ruy Barbosa. Com a participação de cantores no elenco, suas histórias regionais já promoveram rodas de viola, serestas, serenatas e cantorias. Vide Sérgio Reis em "Paraíso" (1982), Sérgio Reis e Almir Sater em "Pantanal" (1990) e "O Rei do Gado" (1996) e Daniel no remake de "Paraíso" (2009). Agora, Gabriel Sater, filho de Almir Sater, vive o violeiro Viramundo em "Meu Pedacinho de Chão" e, vez ou outra, canta algo na novela. A atriz Inês Peixoto (a Dona Tê na trama), que toca acordeon, também já deu uma palhinha.

Desta vez, a música entra na novela não apenas como uma mera exposição do cantor-ator, mas também em formato de musical, com a participação de todo o elenco, cada ator cantando uma parte da música. "Meu Pedacinho de Chão", por si só, já é uma ousadia estética e tanto para o gênero telenovela. Misturar a história com musical mostra que a liberdade criativa, no gênero, não precisa de limites. Esses musicais poderiam ser mais frequentes, dá uma beleza extra à fábula de Benedito Ruy Barbosa e Luiz Fernando Carvalho. Enche os olhos e os ouvidos.

Ou, quem sabe, ao fim da novela, transformar tudo em musical para ser encenado no teatro: "Meu Pedacinho de Chão, o Musical". #dica

Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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