“Alto Astral” poderia investir mais nos fantasmas cômicos
O ator Rodrigo Lopez entra em "Alto Astral" para engrossar o time de fantasmas da novela das sete da Globo. Ele é Salvador, o espírito-chef que baixa em Afeganistão (Gabriel Godoy), enquanto ele dorme, para realizar os pratos deliciosos que a família de Manuel e Tina (Leopoldo Pacheco e Elizabeth Savalla) encontra pelas manhãs.
"Alto Astral" tem ainda o espírito-médico Castilho (Marcelo Médici) e a espírito-menina Bela (Nathália Costa), que perseguem o protagonista Caíque (Sérgio Guizé). E a "Voz" (Simone Gutierrez), um espírito que sopra para Samanta (Cláudia Raia) as tragédias que vão acontecer – a vidente não consegue vê-la, apenas ouvi-la.
Enquanto segue a trama, ficam em banho-maria dois outros fantasmas: Meire (Débora Olivieri) e Ana Dirce (Marianna Armellini), mãe e filha que moram num casarão abandonado e são vistas pelo menino Azeitona (JP Rufino). Até o momento, pouco se sabe sobre elas, apenas que morreram faz muito tempo e habitam a casa assombrada.
Sempre achei que a novela de Daniel Ortiz tinha um arsenal de boas histórias ao explorar fantasmas e espíritos de forma leve e cômica, sem cambar para o didatismo religioso. Há exatamente três meses no ar, a trama vem satisfazendo com sua proposta. Só que a passos de tartaruga. O autor é cauteloso e parece ter receio em fazer aflorar uma legião de fantasmas e situações que – quem sabe – poderia tornar a trama mais dinâmica.
O sobrenatural (+ fantasmas e monstros) tratado de forma engraçada tem tradição na televisão. Na americana, mas, na brasileira, nem tanto. "Vamp", também dirigida por Jorge Fernando, foi o ápice, lá em 1991. Seriados enlatados e desenhos animados sempre se aproveitaram desse filão, desde a década de 1960. Quem tem mais de 40 já deve ter ouvido falar em "Nós e o Fantasma", "A Família Addams", "Os Monstros", "A Feiticeira", "Sabrina" e "Os Monstros Camaradas".
"Alto Astral" é leve, divertida e despretensiosa, como pede a tradicional fórmula das sete horas. Tem amores impossibilitados pelas intrigas dos vilões, tem tipos caricatos e uma pitada de humor debochado. Cláudia Raia e Elizabeth Savalla, estranhas no início, parecem finalmente terem acertado o tom de suas personagens, sem mais exageros, caretas ou gritaria.
Difícil é engolir a xaropada do amor maduro entre Maria Inês e Marcelo (Christiane Torloni e Edson Celulari). Há de se dosar melhor esse romance adolescente tardio. Ainda que a música "Um Dia de Domingo" – cantada por Gal Costa e Tim Maia, tema dos personagens – seja muito bonita.
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