“Sete Vidas” estreia sem atropelar o telespectador e sem fazê-lo dormir
Nada de ação e correria. A nova novela das seis, "Sete Vidas", estreia dessa segunda (09/03), pontuou bem o tempo de suas histórias com uma apresentação comedida da trama central e principais personagens sem precisar apelar para reviravoltas mirabolantes.
De um lado, o drama de Lígia (a ótima Débora Bloch, destaque do elenco nesse primeiro capítulo), inconformada com o fim de sua relação com o esquivo Miguel (Domingos Montagner). Do outro, o casal jovem Pedro e Júlia (Jayme Matarazzo e Isabelle Drummond), que mal se conheceram e já se sentiram atraídos um pelo outro sem saberem que são meios-irmãos. Quando se apercebem do fato, corta para o capítulo de amanhã – um ótimo gancho.
A novela marca o retorno da dupla Lícia Manzo, no roteiro, e Jayme Monjardim, na direção, responsáveis pela elogiada "A Vida da Gente", de 2011-2012. Neste trabalho anterior, a direção realista de Monjardim serviu como uma luva para o texto de Lícia. Da autora, já podemos esperar situações dramáticas complexas e profundas e muitos diálogos a dois ("personagens orelha"), pontuados pelo seu excelente texto.
Sem atropelamentos, "Sete Vidas" começa mostrando a que veio, seja pela temática (o encontro de meios-irmãos filhos de um mesmo pai, doador universal) ou pela carga dramática que esse encontro pode acarretar. As relações humanas serão o forte, e isso já ficou claro nessa estreia, no pouco que se viu do drama de Lígia e Miguel.
Sai a fantasia infanto-juvenil ("Meu Pedacinho de Chão"), sai a comédia romântica de ação ("Boogie Oogie"). É chegada a vez dos dramas humanos mais reflexivos. A julgar por "A Vida da Gente", "Sete Vidas" promete emoção para os próximos meses. É a marca da autora. A estreia foi correta e discreta, marca do diretor – recentemente muito criticado pelo ritmo letárgico de "Em Família", de Manoel Carlos. Contudo, Monjardim é excelente na direção de atores, principalmente quando estão em um texto inspirado e ritmado. "Sete Vidas" estreou bem: sem atropelar o telespectador e sem fazê-lo dormir.
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