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“Alto Astral” cita 30 anos da carreira de Claudia Raia, destaque da novela

Nilson Xavier

24/04/2015 12h35

Claudia Raia e Conrado Caputo (Foto: Reprodução)

Claudia Raia e Conrado Caputo (Foto: Reprodução)

Samanta Paranormal e Pepito são os maiores destaques de "Alto Astral"

Claudia Raia deve estar sorrindo de um canto a outro. No ano em que comemora 30 anos de carreira (pelo menos na televisão, já que a primeira novela foi "Roque Santeiro", em 1985), a atriz é homenageada dentro da trama da novela das sete, da qual participa – "Alto Astral", de autoria de Daniel Ortiz.

A bem da verdade, muito da boa repercussão que "Alto Astral" vem obtendo (e audiência, superior às duas tramas antecessoras no horário, "Além do Horizonte" e "Geração Brasil") se deve à atriz e sua parceria com o ator Conrado Caputo. A impagável dupla Samanta Paranormal e Pepito foram responsáveis por vários dos melhores momentos da novela.

Realidade na ficção e vice-versa

Além de citar, ao longo de "Alto Astral", várias personagens marcantes da carreira de Claudia Raia na TV (Ninon, Tancinha, Tonhão, Maria Escandalosa, Ângela Vidal, Ramona, Jacqueline, Lívia Marine), Samanta faz testes para um musical que vai homenagear os 30 anos da atriz "Maria Cláudia" – ou melhor, Maria Claudia Raia. O diretor do espetáculo é o próprio diretor da novela, Jorge Fernando. As sequências têm ainda a participação de Jarbas Homem de Mello, namorado de Raia, que cita na novela o seu espetáculo real "Chaplin, o Musical", com estreia prevista para maio, em São Paulo.

A metalinguagem não para por aí. Com essa sequência, Jorge Fernando e Claudia Raia revivem uma passagem da novela "Rainha da Sucata" (1990), de Silvio de Abreu, em que a personagem da atriz (naquela novela), Adriana Ross (a "bailarina da coxa grossa"), se submetia a uma audição com Jorge Fernando (numa participação, também diretor da novela) para um musical.

Vale lembrar ainda que a última personagem cômica de Claudia Raia na TV – Jaqueline no remake de "Ti-ti-ti" (2010), de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari – passou a trama inteira fazendo uma ponte com a memória afetiva do telespectador, ao citar e referenciar várias novelas e personagens de sucesso do passado.

Saaaabe!

Claudia Raia começou "Alto Astral" meio cambaleando com sua personagem Samanta Paranormal. A atriz levou um tempo até encontrar o tom certo para a vidente de araque. Até o corte de cabelo foi trocado nesse ínterim. De vilã cômica, Samanta acabou se tornando uma das personagens mais queridas da novela, graças ao timing perfeito da atriz e ao bom texto de Daniel Ortiz. E o melhor de tudo: Samanta em nada lembra a Jaqueline de "Ti-ti-ti".

O sucesso se deve também à parceria e à química com Conrado Caputo. Samanta Paranormal, talvez, não seria 75% do que é sem seu comparsa peruano. As situações engraçadas pelas quais a dupla passa é quase uma novela – ou um seriado – dentro da trama de "Alto Astral". Uma espécie de "Shazan e Xerife" modernos, Samanta e Pepito agradam e fazem rir com uma comicidade quase singela, ideal para o horário das sete. Merecia até um spin-off, um seriado próprio fora da novela.

Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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