Japoneses e belas imagens chamaram a atenção na estreia de “Sol Nascente”
Todos os elementos de "Sol Nascente" – a nova novela das seis da Globo – foram apresentados para o público na estreia (nessa segunda, 29/08). A família italiana que dirige uma padaria (com mesa farta, como não poderia ser diferente), a família japonesa e seus costumes, bem diferentes da italiana, natureza, belíssimas paisagens marítimas, motoqueiros, barbudos e tatuados. A própria abertura da novela (muito bonita, por sinal) reforça sua premissa.
A beleza das imagens foi o que mais chamou a atenção nessa estreia. O cuidado estético, o colorido, as tomadas, a luz. Dizer que "Sol Nascente" é uma novela solar é uma redundância imperdoável. Também porque o autor, Walther Negrão (que assina a trama com Suzana Pires e Júlio Fischer) volta ao cenário praiano já abordado em outros trabalhos seus: "Tropicaliente" (1994), "Como uma Onda" (2004-2005), "Flor do Caribe" (2013).
Os autores pretendem explorar as relações familiares e de amizade, irmãos de sangue ou escolhidos, o amor que nasce da amizade ou o contrário. Temática bonita que pode conquistar o público se explorada com sensibilidade. Elenco bom tem: Giovanna Antonelli e Bruno Gagliasso, Francisco Cuoco e Aracy Balabanian, Letícia Spiller e Marcello Novaes (que povoam a memória afetiva dos novelomaníacos por conta de Babalu e Raí), Luís Mello, no papel de japonês (mestiço, como ficou claro no texto nesse primeiro capítulo).
A novela está bonita. A direção (artística de Leonardo Nogueira) é esmerada. A história central não é um arrasa quarteirão. Amizade que vira amor, por si só, não rende uma novela de cinco meses. Serão necessários outros elementos a rechear esse miolo. Já sabemos que Mário (Bruno Gagliasso) lutará pelo amor de Alice (Giovanna Antonelli) e terá César (Rafael Cardoso) como pedra em seu caminho. Triângulos amorosos em que o vilão revela-se um obcecado por sua amada estão presentes em quase toda novela de Negrão. Nada de novo. Mas já testado e aprovado pelo público.
A escalação de Luís Mello para o papel de um japonês mestiço (Kazuo Tanaka) está dando o que falar. O erro maior foi a escalação de um ator de origem oriental (Daniel Uemura) para viver seu personagem quando jovem. Os óculos fundo de garrafa em Luís Mello servem para disfarçar que ele não é oriental. E no ator jovem, são para disfarçar que ele é oriental?
Só para constar: Yoná Magalhães (pasme!) viveu uma japonesa (Suzuki) na novela "A Sombra de Rebeca", em 1967, e Edney Giovenazzi um japonês (Yamashita) em "A Próxima Atração" (também de Negrão), em 1970-1971.
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