“A Lei do Amor” tem uma trama central das mais fracas e inconsistentes

Reynaldo Gianecchini e Heloísa Jorge (Foto: Raphael Dias/Gshow)

Um casal romântico central, de forte apelo e com conflitos, é a base de todo folhetim desde sempre. Curioso notar que "A Lei do Amor" se propõe a ser um "novelão assumido" e subverte essa regrinha básica. É louvável quando, em substituição, a novela apresenta algo realmente notório e relevante. Mas não é o caso na novela da Globo. Pelo contrário.

Desde que Helô e Pedro (Cláudia Abreu e Reynaldo Gianecchini) se reencontraram, lá no início da trama, nem o vilão Tião Bezerra (José Mayer) tem servido de pedra no sapato para o romance dos dois. Todas as tentativas dele de melar o casal de pombinhos fracassaram: eles estão sempre juntos e felizes.

Não existem conflitos a separar o casal. Assim, não há pelo que torcer. Nem os filhos de Helô são um empecilho – Letícia (Isabella Santoni) aceitou bem o fato de ser filha biológica de Pedro. "A Lei do Amor" tem um espinha dorsal das mais fracas e inconsistentes. Não há uma história central que a sustente, um alicerce. Com a ruína de Magnólia (Vera Holtz), ficou a sensação de que a novela acabou! O foco agora é uma trama paralela: Marina-Isabella (Alice Wegman).

Eis que surge uma ex-namorada de Pedro da Angola – Laura (Heloísa Jorge) – com uma filha que ele desconhecia (de novo?). Nos anos 1960, um filho com outro par separaria um casal. Mas hoje? Ainda mais por Helô ter se mostrado até agora uma mulher tão aberta, despojada, e ela mesma ter escondido uma filha de Pedro…

Ainda: Tião moveu mundos e fundos para trazer a angolana, empregou-a em sua empresa, ofereceu-lhe uma série de benefícios (sem revelar suas verdadeiras intenções) na certeza de que a presença dela destruiria o casalzinho. E, para forçar uma situação, mandou matar e mãe da personagem na Angola! ¯\_(ツ)_/¯

E Helô, que estava grávida de Pedro, sofre um aborto involuntário no mesmo momento em que ele fica sabendo da existência de uma filha com Laura… Uma trama jogada na novela forçando um conflito inconsistente que, sabemos, não agrega nada e não vai dar em nada. Tá difícil de torcer por esse casal. E de defender "A Lei do Amor".

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