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Dona Sinhá de “Sol Nascente” parece vilã do Batman

Nilson Xavier

16/03/2017 10h54

Todo mundo sabe que Dona Sinhá, a "vovozinha diaba" vivida por Laura Cardoso em "Sol Nascente", é o maior atrativo e trunfo da novela. A atriz deita e rola em caras e bocas e disfarces num texto aguçado e até espirituoso. De velhinha indefesa, doceira prendada de olhar carente e fala mansa, à pérfida chefona de uma organização criminosa com um exército de belos afilhados ao seu dispor, prontos para executar todo serviço sujo que ela imaginar.

Qualquer semelhança com os vilões do Batman terá sido mera coincidência? Nem creio que serviu propositalmente de referência aos autores da novela. Mas não me passou despercebido! Remete, mais pontualmente, à famosa série de TV da década de 60 – aquela do ZOK! BONG! POW! com Adam West e Burt Ward como a "dupla dinâmica". Tanto pelo perfil da personagem quanto pelas suas vilanias e métodos na novela.

Dona Sinhá tem um quê de Coringa, e Pinguim, Charada, Mulher Gato, Rei Tut, Senhor Frio e tantos outros. Seus afilhados fazem as vezes daqueles capangas dos vilões, sempre ávidos por executar os planos de seus mestres. Só faltou o cenário desalinhado do quartel-general dos malfeitores.

No capítulo dessa quarta-feira (15/03), Tanaka (Luís Mello) foi raptado e levado até Dona Sinhá, que fez o japa assinar um documento de transferência de seus bens para o nome dela. Em seguida, houve uma perseguição com os policiais do Chefe O´Hara de Gotham City, digo, do delegado de Arraial de Sol Nascente. Foi mesmo uma sequência digna do seriado de TV, com direito a banana para a polícia! Dona Sinhá conseguiu escapar e Tanaka acabou baleado.

Se Batman e Robin tivessem chegado a tempo, a vilã já estaria atrás das grades. Santa mancada, Batman!

Fotos: reprodução.
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Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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