87 anos de Lima Duarte: 10 fatos sobre o ator que você não sabia
Lima Duarte, um dos mais respeitados e queridos atores do Brasil, completa 87 anos nesse dia 29 de março. A maioria aqui cresceu vendo esse homem na TV! Inspirado por sua brilhante carreira e invejável galeria de personagens e tipos humanos, listo 10 curiosidades que você precisa saber sobre Lima. Ou melhor, sobre Ariclenes!
1. Seu nome de batismo é Ariclenes Venâncio Martins. O amigo Cassiano Gabus Mendes o homenageou ao batizar de Ariclenes um dos protagonistas da novela "Ti-ti-ti" (em 1985), interpretado por Luiz Gustavo (que, na trama, virou o costureiro Victor Valentim).
"I-eu?" (Sassá Mutema em "O Salvador da Pátria)
2. Sassá Mutema, um de seus personagens mais famosos, tem suas origens na própria origem de seu intérprete. Ele era mineiro, como Lima, e citava o lugarejo Desemboque, onde o ator nasceu. Na verdade, Nossa Senhora da Purificação do Desemboque e Santíssimo Sacramento, distrito de Sacramento, Minas Gerais (região de Araxá e Uberaba). Lima nasceu em 29 de março de 1930, filho de um boiadeiro e uma artista circense. Ele conta que chegou em São Paulo, em 1946 (tinha 16 anos), a bordo de um caminhão de manga para tentar a vida na capital paulista. Ariclenes foi parar no rádio, onde fez de tudo, até se tornar radioator, adotando o nome artístico de Lima Duarte.
"Hilda, minha filha!" (Murilo Pontes em "Pedra Sobre Pedra")
3. Lima foi pioneiro da TV brasileira. Estava lá em 1950, por ocasião da inauguração da primeira emissora no Brasil, a TV Tupi de São Paulo, onde trabalhou por 22 anos, como ator e diretor, até mudar-se para a TV Globo, em 1972. Lima esteve no elenco da célebre primeira telenovela brasileira, "Sua Vida Me Pertence", em 1951-1952.
"Eu quero melão!" (Dom Lázaro Venturini em "Meu Bem Meu Mal")
4. Lima Duarte é pai adotivo da atriz Débora Duarte – filha da também atriz Marisa Sanches (falecida em 2002), com quem Lima foi casado. Quando sua mãe se casou com Lima, Débora tinha um ano e oito meses. Ao entrar para a carreira de atriz, Débora adotou o sobrenome artístico do pai, Duarte. Lima é avô de Daniela e Paloma Duarte, filhas de Débora – Paloma, também atriz.
5. Lima Duarte teve sua vida artística quase toda voltada ao rádio, à televisão, veículo que ajudou a profissionalizar, e ao cinema. Em 1961, foi atuar no Teatro de Arena, que fez história no teatro brasileiro, tendo participado de peças como "O Testamento do Cangaceiro", em 1961, e "Arena Conta Zumbi", em 1966. No cinema, o ator teve uma presença constante. Foram mais de 30 filmes, entre eles, "Chão Bruto" (1958), "A Queda" (1976), "Os Sete Gatinhos" (1980), "Sargento Getúlio" (1983), "A Ostra e o Vento" (1997), "O Auto da Compadecida" (2000), "Eu, Tu, Eles" (2000), "Dois Filhos de Francisco" (2005) e "Assalto ao Banco Central" (2011).
Lima também foi dublador, lá nos anos 60. Entre suas vozes célebres estão personagens famosos de desenhos animados dos estúdios Hanna-Barbera, como o gato Manda Chuva, o jacaré Wally Gator e o cão Dundum (parceiro da Tartaruga Tuchê).
6. Em 1984, Lima substituiu Rolando Boldrin na apresentação do programa dominical "Som Brasil", sobre música regional brasileira. Lima ficou à frente do programa até seu término, em 1989. Foi também um dos apresentadores do "Você Decide", na temporada de 1993.
7. Lima Duarte foi um dos responsáveis pela nacionalização da telenovela brasileira. Esteve na equipe de "Beto Rockfeller" (1968-1969), novela da TV Tupi que revolucionou o gênero. Cassiano Gabus Mendes foi o idealizador, Bráulio Pedroso, o roteirista, e Lima Duarte e Walter Avancini, os diretores. Nessa novela, além de dirigir, Lima chegou a atuar, mas seu rosto nunca foi visto pelo público. Ele viveu uns cinco personagens efêmeros, que vinham e desapareciam, mas que o telespectador só ouvia a voz, via as mãos ou via de costas.
"Ooooooooouro!" (Major Bentes em "Fera Ferida")
8. Pode-se afirmar que Lima foi contratado pela TV Globo quase que "por acaso". Ao lançar a novela "O Bofe", em 1972, a Globo quis reeditar a dupla responsável pelo sucesso de "Beto Rockfeller" da Tupi: Bráulio Pedroso como roteirista e Lima Duarte como diretor. Os dois vieram para o Rio para trabalhar na Globo, porém "O Bofe" foi um fracasso retumbante e teve seu fim antecipado. A novela substituta, "O Bem Amado", de Dias Gomes, precisava de um ator para viver o matador Zeca Diabo, um papel, a princípio, pequeno. Lima estava sem fazer nada e sem contrato, e o diretor Daniel Filho perguntou se ele tinha interesse no papel. Lima aceitou, o personagem fez o maior sucesso e ganhou grande destaque na trama graças à interpretação marcante do ator. Lima Duarte nunca mais deixou a Globo. O personagem Zeca Diabo voltou em 1980, quando a emissora transformou a novela numa série semanal, que ficou no ar até 1984.
"Juro pelo meu padim padi Ciço Romão Batista!" ( Zeca Diabo em "O Bem Amado")
9. Não se pode dizer que Lima foi um "galã romântico" de nossas novelas. Nessa função, o ator trocou beijos apaixonados com poucas atrizes. As mais marcantes foram Betty Faria em "Pecado Capital" (1975-1976), Regina Duarte em "Roque Santeiro" (1985-1986), Maitê Proença em "O Salvador da Pátria" (1989) e Renata Sorrah em "Pedra Sobre Pedra" (1992). Não existe "uma atriz com quem Lima mais contracenou". Mas existe um ator: João Carlos Barroso, que viveu seu filho em três novelas: "O Bem Amado" (1973), "Pecado Capital" (1975-1976) e "Marron-Glacé" (1979-1980) e com quem trocou muitas cenas em "Roque Santeiro" (1985-1986), "O Salvador da Pátria" (1989) e "Pedra Sobre Pedra" (1992).
"Tô certo ou tô errado?" (Sinhozinho Malta em "Roque Santeiro")
10. Lima Duarte é um dos maiores criadores de tipos de nossa televisão. Já interpretou os mais variados sotaques: o carioca malandro em "O Rebu", o mineiro matuto em "O Salvador da Pátria", o nordestino matuto em "O Bem Amado", o nordestino arrogante, ao estilo dos coronéis, em "Roque Santeiro" e "Pedra Sobre Pedra", o italiano em "Meu Bem Meu Mal", "Os Ossos do Barão" e "I Love Paraisópolis", o português em "Rainha da Sucata", o grego em "Uga Uga", o indiano em "Caminho das Índias", o turco em "Belíssima" e na minissérie "Agosto", o gaúcho em "Araguaia" e na minissérie "O Tempo e o Vento".
Fotos: Acervo/TV Globo.
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