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Com boa estreia, “A Força do Querer” teve primeira fase que durou meio capítulo

Nilson Xavier

03/04/2017 23h04

Ísis Valverde (foto: Estevam Avellar/Gshow)

A estreia de "A Força do Querer", novela de Glória Perez, teve uma primeira fase que durou meio capítulo, o que já é um ponto positivo, visto que várias das últimas produções do horário já usaram esse recurso. E nem parecia um "primeiro capítulo". Nada de atropelos ou correria e nada de didatismo ou explicações para apresentar os personagens, além do mínimo necessário. Ritmo de um capítulo normal.

Apenas a trama dos dois meninos que foram unidos por um chá e um colar, dados por um xamã após quase terem se afogado no rio. E a explicação de que Bibi (Juliana Paes) terminou sua relação com Caio (Rodrigo Lombardi) para viver um novo amor, o que fez com que ele mudasse de país.

Quase vinte anos depois, os meninos são os galalaus Marco Pigossi e Fiuk, que terão seu destinos novamente cruzados, agora por causa de uma mulher: Ritinha (Ísis Valverde). E Caio está de volta ao Brasil enquanto Bibi está casada com Rubinho (Emílio Dantas). Fim de capítulo.

"A Força do Querer" diferencia-se também pela fotografia bonita, sem filtros cinematográficos pretensiosos. E a direção sempre interessante e competente de Rogério Gomes, o Papinha, pela primeira vez trabalhando com Glória Perez. O diretor é sempre um upgrade para o currículo de qualquer novelista. A trilha incidental de Rodolpho Rebuzzi remete a outros trabalhos de Papinha e cabe perfeitamente nas belíssimas imagens apresentadas na novela.

A abertura tem a canção de Caetano Veloso "O Quereres", porém a música não orna com as imagens. É uma das aberturas mais feias dos últimos tempos – pelas imagens, não pela canção. Bem, sempre se pode melhorar, trocar…

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Juliana Paes e Emílio Dantas (foto: Fabio Rocha/Gshow)

Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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