Será que não foi José Mayer quem misturou ficção com realidade?
"Peço a todos que não misturem ficção com realidade" foram palavras de José Mayer na sexta-feira passada (31/03), à Folha de São Paulo, quando ficou sabendo que havia sido denunciado por assédio sexual contra a figurinista Susllem Tonani. Na tarde desta terça-feira, o ator reconheceu, através de carta, a culpa pela acusação.
Na Globo, ganhou força um movimento organizado por atrizes em repúdio ao ocorrido. A carta de Mayer foi lida no "Video Show" e no "Jornal Hoje" e o ator foi afastado das produções da emissora por tempo indeterminado (não está mais escalado para a próxima novela de Aguinaldo Silva).
À Folha, na sexta passada, José Mayer havia declarado: "Respeito muito as mulheres, meus companheiros e o meu ambiente de trabalho e peço a todos que não misturem ficção com realidade. As palavras e atitudes que me atribuíram são próprias do machismo e da misoginia do personagem Tião Bezerra, não são minhas! Nesses 49 anos trabalhando como ator sempre busquei respeito e confiança em todos que trabalham comigo."
Já na carta de hoje, o discurso foi outro. Leia AQUI.
O ator está na Globo (única emissora em que trabalhou) há quase quarenta anos. Foram 24 novelas, 4 minisséries e uma série – a maioria como protagonista. Com a testa eternamente franzida e cara de mau, primeiro ganhou personagens mal encarados e contraventores. Pelo talento, não demorou para se destacar. Aí vieram os galãs do tipo pegadores, os machos-alfa, sobre os quais o ator construiu sua carreira e pelos quais é sempre lembrado.
Presença constante nas produções da Globo, Mayer acabou de sair da novela das 9, "A Lei do Amor" e é visto atualmente à tarde, na reprise de "Senhora do Destino". No Viva, está no ar em "A Gata Comeu", e para maio estão programadas as estreias de "Tieta" e "Fera Radical", dois de seus maiores sucessos.
Contracenando com as mais belas atrizes, quase sempre vivendo o "pegador": Christiane Torloni em "Selva de Pedra" e "Mulheres Apaixonadas", Carolina Kasting em "Mulheres Apaixonadas", Malu Mader e Carla Camuratti em "Fera Radical", Betty Faria em "Tieta", Luiza Tomé em "Tieta" e "Pátria Minha", Vera Fischer em "Pátria Minha", "Laços de Família" e "Agosto", Letícia Sabatella em "Agosto", Deborah Secco em "Laços de Família", Helena Ranaldi em "Laços de Família" e "Presença de Anita", Mel Lisboa em "Presença de Anita", Silvia Pfeifer em "Meu Bem Meu Mal", Adriana Esteves em "A Indomada", Priscila Fantin em "Esperança", Taís Araújo em "Viver a Vida", Lília Cabral em "Saramandaia", Vera Holtz em "A Lei do Amor.
Agora confirma-se que a fama de machista (como ele reconheceu em sua carta), extrapolou a ficção. Então não foi o público quem misturou ficção com realidade. Mas o ator.
Lembrando que José Mayer também viveu alguns "bons moços" (em "História de Amor" e "Meu Bem Querer") e tipos que fogem do estereótipo do machão pegador ("Senhora do Destino", "Fina Estampa", "Império", "A Favorita", "Páginas da Vida" e outras).
Leia também: Decisão de afastar José Mayer inclui pressão de funcionários da Globo.
Fotos: divulgação/TV Globo
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