Final de Pai Herói: Trama central foi uma aula de dramaturgia, mas as paralelas deixaram a desejar
Acabou Pai Herói no Viva. Juntamente com A Gata Comeu, vi capítulo por capítulo, as primeiras do Viva que fiz isso. Agora é mais fácil, com GlobosatPlay. Vamos ao balanço final.
A direção: melhorou muito quando Gonzaga Blota foi substituído por Roberto Talma e Roberto Vignatti. Porém, mesmo assim, escorregou em vários momentos, permanecendo a impressão de direção e produção antigas e antiquadas. Dancin´Days, a anterior, era mais moderna (não porque abordava a juventude e discotecas, mas por causa da direção e produção). As que vieram depois de Pai Herói (Os Gigantes e Água Viva) já tinham um estilo mais moderno, condizente com o que se fez nos anos 80.
Ponto fraco: tramas paralelas inconsistentes
O que era aquela família Limeira Brandão? Vários membros sem história, ou histórias que não rendiam. Romance insosso de Norah e Horácio e a separação de Reginho e Irene, sem a menor carga dramática. Foram entrechos mal alinhavados, que poderiam ter sido melhor desenvolvidos. Hilário e Odete: casal fofo e sem conflito algum. Desperdício de personagens e bons atores. Os netos de Januária, sem função alguma na trama. O que era aquele adolescente Rubens, mal era focalizado, teve pouquíssimas falas e vivia com uma franja tapando o rosto? Nem o nome do ator eu consegui descobrir!
Aline (Nadia Lippi), outra personagem numa trama jogada na novela. Deixou de amar Cirilo e Pepo como quem troca de roupa. De repente se viu apaixonada pelo padreco e teve um final, no mínimo, nonsense. E as brigas insuportáveis e irritantes entre André e Carina na reta final? Que casal chato! Para quê enrolar tanto com aquilo? Ficaram juntos – que bom, se mereciam!
A única trama paralela realmente boa foi a de Walkiria, que, com Gustavo, formaram o melhor casal da novela. Ainda que o final de Walkiria tenha ficado em aberto, porque não houve julgamento para o crime dela. Afinal, qual crime? Vejo apenas ocultação de cadáver, já que a morte de Helen Carmerini me pareceu um acidente: a moça caiu no mar, não foi empurrada por Walkíria. Perdeu-se tanto tempo com André e Carina se violentando, física e verbalmente, enquanto o desfecho de Walkiria foi aquela coisa mal ajambrada. Mas amava Kiki & Gugu! Gostava também do núcleo da família Baldaracci e do casal Genésio e Mirtes, que formavam ótimos alívios cômicos.
Ponto forte: trama central
Poucas vezes vi uma trama central tão bem desenhada e desenvolvida. A novela era toda alicerçada no desejo de André de inocentar o pai e no atentado que Carina sofreu em Bariloche e seus desdobramentos. Tudo conduzia para isso, envolvendo todos os núcleos. Que aula de dramaturgia!
E as interpretações memoráveis de Paulo Autran, Glória Menezes, Rosamaria Murtinho, Claudio Cavalcanti, Carlos Zara, Tony Ramos, Elizabeth Savala, Lélia Abramo, Dionísio Azevedo, Jonas Bloch, Jorge Fernando, Fernando Eiras e Osmar Prado. Os melhores atores com os papeis mais ricos. Alguns também estiveram muito bem, mas em personagens que renderam mal ou pouco, como Nádia Lippi, Thaís de Andrade, Yara Lins e outros.
Sobre o assassino de César, sabemos que Janete Clair foi ao Fantástico explicar ao público que o mandante do crime foi Baldaracci. Ficou mais ou menos explicitado na fala de Rafael, quando ele alerta o irmão de que a polícia pegou Diocleciano, o seu pistoleiro. Ou seja, o bandido entregou Nuno.
No mais, assistir Pai Herói foi uma experiência incrível! Para mim, uma novela cuja história eu conhecia, mas que era inédita assistir, visto que era muito criança quando passou e não vi. No Teledramaturgia, já está tudo atualizado, elenco completo e núcleos revisados. Veja AQUI.
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