Novo “Os Trapalhões” assume o politicamente correto e o mea culpa com os gays
Em uma reunião de super-heróis, Dedé (Manfried Sant´Ana), caracterizado de um herói gay, diante da iminência de uma piada homofóbica, solta: "Cuidado com as piadinhas, hein! Os tempos são outros!"
O recado está dado. O remake de "Os Trapalhões" – que o canal Viva estreou nessa segunda (17/07) – deixa claro que assumiu o politicamente correto e não fará referências depreciativas a gays, negros e mulheres, uma das marcas da série que fez sucesso na TV brasileira entre as décadas de 1970 e 1990.
Os esquetes exibidos neste primeiro episódio tiveram uma abordagem adequada aos dias de hoje e quase inclusiva no que concerne aos gays. Como na foto acima, em que os personagens, presos em um elevador, tiram a roupa por causa do calor e estão todos com lingerie por baixo.
Sem a abordagem sacana, resta o apelo puramente infantil dos "Trapalhões". O novo Didi, agora chamado de Didico (Lucas Veloso), não é mais o espertalhão de outrora que caçoava dos companheiros e sempre se dava bem. Num dos primeiros esquetes, Didico leva torta na cara e desaforo de Zaca (Gui Santana) e Mussa (Mumuzinho) – o que era impensável na fórmula antiga do programa.
Didi (Renato Aragão) e Dedé (Mandried Sant´Ana) aparecem como uma espécie de padrinhos da nove trupe. Além de Didico, Zaca e Mussa, há também Dedeco (Bruno Gissoni), o galã da turma. Didico e Dedeco pouco remetem aos seus equivalentes Didi e Dedé – e é proposital, talvez pelas presenças dos originais. Em contrapartida, é impressionante o quanto Gui Santana e Mumuzinho lembram Zacarias e Mussum (Mauro Gonçalves e Antônio Carlos B. Gomes), nos trejeitos, dicção e voz. Foram os melhores dessa estreia.
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