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Estreia de "Segundo Sol" tenta seduzir com muito colorido e música baiana

Nilson Xavier

14/05/2018 23h28

Giovanna Antonelli e Emílio Dantas (foto: reprodução)

Sai o peso da Clara vingativa e entra a leveza de uma Bahia colorida e musical. Ainda que quase sem negros, pelo menos nesse primeiro capítulo.

Na estreia de "Segundo Sol" (nesta segunda, 14/05), João Emanuel Carneiro cumpriu o que prometeu nas entrevistas sobre sua novela: uma atração descontraída, mais "Avenida Brasil" que "A Regra do Jogo" (seus últimos trabalhos). Quase uma "Da Cor do Pecado" (do horário das sete). E isso é bom. Não só porque "Avenida Brasil" tem uma fórmula mais palatável ao público do que "A Regra do Jogo", como também por esse mesmo público ainda estar acomodado pelo simplismo da produção anterior, "O Outro lado do Paraíso".

O que chamou mais a atenção? A trilha repleta de releituras atraentes de clássicos da música popular baiana dos anos 1990 (época em que se passa a trama, inicialmente). A agilidade com que a história foi apresentada mais a beleza estética das locações e do elenco. Tudo em sintonia com um objetivo certo: seduzir o público.

Do elenco, só os protagonistas tiveram mais cenas, referentes à trama central. Emílio Dantas exorcizou o bandido Rubinho de "A Força do Querer" em um espaço de seis meses. O ator está super a vontade na pele do cantor baiano Beto Falcão. Destaque também para Giovanna Antonelli, quase uma Gabriela, e a dupla ardilosa de Vladimir Brichta e Deborah Secco. E Adriana Esteves, que em apenas uma rápida cena, em nada lembrou a Carminha de "Avenida Brasil" – uma das grandes temeridades dessa estreia.

Cedo para falar mais. Capítulo de estreia é sempre para fisgar o público. Claro que esse ritmo ágil tende a se diluir nas próximas semanas – mesmo sabendo que João Emanuel Carneiro é um autor de muito fôlego em suas tramas. No mais, personagens carismáticos e a beleza e sonoridade baianas retratados de forma bastante sedutora. Deu vontade de ver mais!

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Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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