Narrativa de "Onde Nascem os Fortes" avança e melhora consideravelmente
Em texto anterior, critiquei a morosidade da narrativa de "Onde Nascem os Fortes" ao longo de suas cinco primeiras semanas de exibição: muito tempo para pouco desenrolar de história. Pois na semana passada (a sexta de exibição), a supersérie deu uma guinada na trama com a descoberta do corpo de Nonato e o forte indício de quem seriam os assassinos do rapaz. Não sei se se já era tudo previsto ou foi uma concessão dos autores George Moura e Sérgio Goldenberg. Mas foi providencial.
A nova fase da história trouxe agilidade para a supersérie. Talvez não houvesse a necessidade de cinco semanas para a maturação de trama e personagens. Foi o risco de afugentar o telespectador, já entediado em meio ao gato-e-rato de Pedro Gouveia e Maria. Neste momento, em que a trama evolui e as intenções dos personagens estão claras, a narrativa fica mais atraente. Inclusive para os que acompanham apenas pela grade ingrata da Globo (horários alternados e geralmente avançando a meia-noite).
Sob a batuta inspirada de José Luiz Villamarim e equipe, Pillar, Débora, Nero, Fábio, Wegmann, Leone, Irandhir, Maeve, Jesuíta, Enrique, Zé Dumont, Lee Taylor e Lara Tremoroux nunca desperdiçam cena. Elogiar o elenco citando os atores com os melhores personagens não implica que os coadjuvantes, tão essenciais, foram esquecidos. O trabalho primoroso de direção de cenas e atores valoriza tudo e todos os envolvidos.
Também, anteriormente, critiquei a falta de verossimilhança de alguns entrechos. Agora, tudo parece diluído em meio à história que deslanchou. Quando a narrativa convida a "voar", o espectador precisa ser convencido a embarcar na viagem. Após turbulências, a sexta semana de "Onde Nascem os Fortes" deu o impulso que faltava para estabilizar esse voo.
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