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Com boa estreia, “Dupla Identidade” promete nos próximos episódios

Nilson Xavier

20/09/2014 01h01

Bruno Gagliasso como o serial killer de

Bruno Gagliasso como o serial killer de "Dupla Identidade" (Foto: Divulgação/TV Globo)

O que se viu na estreia de "Dupla Identidade" – seriado de Glória Perez, nesta sexta-feira, 19/09 – foi muito pouco para um julgamento mais aprofundado. Mas deu vontade de quero mais, o que é um bom sinal. Ponto para o programa.

As referências às séries americanas que exploram o gênero são evidentes. Entretanto, "Dupla Identidade" exibe um Rio de Janeiro atual e carregado nas sombras da fotografia, que escondem o céu e o mar azuis da praia. Algo também raro nas produções que mostram a cidade. O Rio sem máscara confere brasilidade ao tema para quem acha que este é privilégio apenas da TV americana. Mais um ponto para o programa.

O texto de Glória Perez é bom, apesar do didatismo na boca de Luana Piovani – explicando com frases de efeito – nas primeiras cenas. Com tomadas de câmera criativas, a direção (de núcleo) de Mauro Mendonça Filho valoriza o produto. A quase ausência de trilha sonora, contrastando com luz escura que esconde o rosto dos atores, cria o clima tenso que a produção tem a pretensão de passar.

Afastando-se de outra produção brazuca do gênero, a minissérie "As Noivas de Copacabana" (de 1992), ficou interessante essa junção de assassinatos em série com política, de serial killer com político. Ainda mais em ano eleitoral. Pouco se viu da atuação do elenco, a não ser uma Luana Piovani robótica em uma personagem importante. E Bruno Gagliasso fechou o episódio com cara de psicopata. Medinho que justifica acompanhar o segundo episódio.

Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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