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"Boogie Oogie" manterá sua trama ágil nos próximos meses?

Nilson Xavier

28/09/2014 12h08

Ísis Valverde (Sandra) e Marco Pigossi (Rafael) (Foto: Divulgação/TV Globo)

Ísis Valverde (Sandra) e Marco Pigossi (Rafael) (Foto: Divulgação/TV Globo)

Há quase dois meses no ar, pode-se acusar "Boogie Oogie" (a novela das seis da Globo) de tudo, menos de marasmo ou falta de dinamismo. De sua estreia (em 4 de agosto) para cá, um zilhão de coisas aconteceram na trama de Rui Vilhenaa história da moça que perdeu o noivo no dia do casamento porque ele tentou salvar a vida de um cara… que largou a namorada porque se apaixonou por essa noiva… que não sabe que foi trocada no dia nascimento pela namorada do sujeito salvo pelo noivo…

Enfim! "Boogie Oogie" é um emaranhado que justifica bem uma definição da mestra Janete Clair: "novela é um novelo que vai se desenrolando aos poucos". No caso desta, um novelo que se desenrola vertiginosamente, ao sabor dos tempos modernos: em que o telespectador exige agilidade porque faz várias coisas ao mesmo tempo e ficar engessado a um horário fixo diariamente não é mais possível diante de tantas outras oportunidades que a rotina atual apresenta.

A história de "Boogie Oogie" se passa no remoto ano de 1978, um tempo distante em que a vida tinha um ritmo completamente diferente dos dias de hoje. E a televisão daquela época ilustrava bem isso. Basta dar uma espiada em "Dancin´ Days" – novela produzida em 1978, atualmente reprisada no canal Viva – para se deparar com diálogos longos em cenas arrastadas, impensáveis para os dias atuais. E olha que "Dancin´ Days" nem era uma novela das mais lentas.

A agilidade na trama de "Boogie Oogie" atende o público moderno. E, para manter o telespectador fisgado na história, o autor parece dar uma guinada na trama a cada bloco de capítulos. "Boogie Oogie" é uma das poucas novelas em que se tem a sensação de que perder um capítulo faz falta sim. Lógico que sabemos que, ao final, Rafael (Marco Pigossi) viverá feliz para sempre com Sandra (Ísis Valverde). Mas o miolo dessa história tem tantas reviravoltas que nos perguntamos por quantos percalços ainda passará o casal até o enlace final.

Claro que a trama central não se sustenta sozinha. Como em toda novela, para permanecer diariamente no ar por mais de seis meses, são necessárias outras histórias a rechear a trama principal. A vingança de Suzana (Alessandra Negrini) é outro fio condutor importante que definirá o destino do casal de pombinhos protagonistas. Resta torcer para que "Boogie Oogie" continue com este fôlego todo. Para se manter neste rimo pelos próximos meses, o autor precisará de muitos nós neste novelo.

Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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