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Com “Império”, Aguinaldo Silva se redime de “Fina Estampa”

Nilson Xavier

21/01/2015 11h33

Laura Cardoso e Alexandre Nero (Foto: Divulgação/TV Globo)

Laura Cardoso e Alexandre Nero (Foto: Divulgação/TV Globo)

Entrando em sua reta final – "Império" termina em março – a novela de Aguinaldo Silva finalmente deslancha sua trama principal, a história do Comendador José Alfredo de Medeiros, vivido por Alexandre Nero.

Passaram-se exatos seis meses desde a estreia (21 de julho) e a trama do império do Comendador vinha comendo pelas beiradas, sendo construída paulatinamente. Neste tempo todo, o autor a costurou bem com tramas paralelas, bastante interessantes, envolvendo bons personagens, como Cláudio Bolgari (José Mayer), Enrico (Joaquim Lopez), Téo Pereira (Paulo Betti), Xana Summer (Aílton Graça), Magnólia e Severo (Zezé Polessa e Tato Gabus Mendes), Salvador (Paulo Vilhena) e Juju Popular (Cris Vianna).

A própria substituição de Drica Moraes por Marjorie Estiano (no papel de Cora) rendeu um bom reforço, repercutindo e colaborando na audiência. Diga-se de passagem, Marjorie nos apresenta uma Cora muito mais interessante do que a de Drica – não desmerecendo o ótimo trabalho que Drica Moraes fez. Talvez seja o momento da personagem na história. Ou talvez Cora tenha ganhado uma energia e jovialidade extras, próprias da personagem "remoçada".

O mistério envolvendo a real identidade do vingativo (ou usurpador?) Maurílio Ferreira (Carmo Della Vecchia) aguça a curiosidade do público. Viram a ótima participação de Laura Cardoso nos últimos capítulos? A falsa morte do Comendador é um entrecho acertado do autor. Não é original, mas é folhetinesco.

"Império" vai se fechando como uma novela redonda, sem muitos tropeços. A história central custou a acontecer, mas Aguinaldo a construiu com o suporte de tramas paralelas bem engendradas. Longe de ser um grande sucesso, a produção tampouco fez feio. Muito de seus atributos se deve ao elenco bem escalado e à direção de Rogério Gomes e sua equipe. Com "Império", Aguinaldo Silva se redime de "Fina Estampa", sua última novela (de 2011-2012), bastante criticada – apesar da expressiva audiência alcançada.

Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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