"Caminho das Índias" substitui "O Rei do Gado" no Vale a Pena Ver de Novo
A Globo divulgou essa tarde a novela substituta de "O Rei do Gado" no Vale a Pena Ver de Novo, sua faixa vespertina de reprises. Em julho, volta "Caminho das Índias", de Glória Perez, originalmente exibida em 2009, a primeira novela brasileira vencedora do Emmy Internacional (melhor telenovela de 2009).
A novidade de"Caminho das Índias", e seu maior atrativo, foi tratar da cultura indiana e suas características em seu entrecho. Assim como fizera em "O Clone" (2001-2002) – que mostrou do mundo islâmico – Glória Perez fez um apanhado dos costumes e tradições de uma cultura bem diferente da ocidental – desta vez a indiana. Foram abordados temas como o sistema de castas, a casamento arranjado, a longa preparação para um casamento, a questão dos intocáveis, além de danças e festas tradicionais e festivais folclóricos, etc.
A inserção de palavras estrangeiras nas falas dos personagens indianos da novela fez com que termos e expressões, repetidos à exaustão, se tornassem bordões populares, como "firanghi estrangeira" (expressão usada erroneamente, um pleonasmo, já que a palavra "firanghi" já quer dizer "estrangeira"), "arrastar o sári no mercado", "as lamparinas do juízo", "are baba!" (ai meu Deus!, puxa vida!), "baguan keliê" e "arebaguandi" (meu Deus!), "tchalô" (vamos!), "atchá" (expressão de satisfação) e "namastê" (saudação).
A produção foi criticada pela liberdade criativa ao retratar a caracterização de personagens indianos – como mulheres no dia-a-dia vestidas e maquiadas como se estivessem indo para uma festa tradicional, ou núcleos familiares inteiros dançando por qualquer motivo. Também por uma abordagem pouco condizente à Índia contemporânea, como a questão dos intocáveis (dálits) ou o sistema de castas. Tudo isto contribuiu para que a Índia mostrada na novela soasse um tanto quanto fake, ou como se a Índia representada fosse a do início do século XX.
Um dos maiores problemas da produção foi a inversão do mocinho da novela, Bahuan, interpretado por Márcio Garcia, que viu seu personagem se esvair ainda no início da trama. De mocinho protagonista, Bahuan tornou-se o antagonista, a partir do momento em que o público viu maior empatia entre a mocinha Maya (Juliana Paes) e seu marido forjado Raj (Rodrigo Lombardi). Falou-se até em "falta de química" entre Márcio Garcia e Juliana Paes. Mas o fato é que Bahuan foi cada vez mais perdendo espaço na novela, e o público cada vez mais torcendo por um final feliz entre Maya e Raj.
Parelelo à história central indiana, vale destacar a trama da família Cadore, que chegou a mobilizar a novela por um período: o drama de Raul Cadore (Alexandre Borges), que forjou sua morte ante a família e fugiu do país, para depois ser enganado por sua cúmplice Yvone (Letícia Sabatella). Ainda a abordagem à esquizofrenia, através do personagem Tarso, vivido por Bruno Gagliasso.
No elenco, também Tony Ramos, Lima Duarte, Débora Bloch, Humberto Martins, Christiane Torloni, Laura Cardoso, Eliane Giardini, Osmar Prado, Nívea Maria, Marjorie Estiano, Caco Ciocler, Elias Gleizer, Tânia Khalil, Dira Paes, Anderson Müller, Stênio Garcia, Vera Fischer, Maitê Proença, Antônio Calloni, Ana Beatriz Nogueira, Totia Meirelles, Ísis Valverde, Cléo Pires, Danton Mello, Caio Blat, Murilo Rosa, Betty Gofman e outros.
Saiba mais sobre "Caminho das Índias" no site Teledramaturgia.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.