Sem grandes novidades, “Além do Tempo” se firma como um melodrama dos bons
Em meu primeiro texto sobre "Além do Tempo", na sua estreia (você pode ler AQUI), constatei que a novela se tratava de um grande dramalhão, daqueles que fazem a alegria dos amantes dos folhetins. Não foi minha intenção ser pejorativo – como alfinetaram alguns nos comentários. Tampouco depreciar a novela. Um dramalhão pode ser bom ou não.
Como todo melodrama, "Além do Tempo" segue a cartilha clássica do folhetim. Por se tratar de uma produção de época, parece mesmo que sua história foi tirada dos rodapés de jornais do século 19 (os folhetins eram histórias seriadas publicadas nos rodapés dos jornais).
Uma história de amor é o mote central. O casal de pombinhos – que se apaixonou à primeira vista, claro! – enfrenta, cada qual, uma série de dificuldades para viver esse amor. Ela (Lívia/Alinne Moraes) tem uma mãe (Emília/Ana Beatriz Nogueira) que é uma fera e a quer no convento a todo custo, por conta de um segredo do passado e o medo da aproximação com a condessa má (Vitória/Irene Ravache), a grande vilã da história – na verdade, a avó da mocinha.
Para piorar a situação, o mocinho (Felipe/Rafael Cardoso) é sobrinho-neto da tal condessa e tem uma pretendente que fará de tudo para fisgar esse bom partido, a ex-noiva (Melissa/Paolla Oliveira). Na lógica do folhetim, para que o casal central fique junto no final – para viverem felizes para sempre -, são necessários muitos percalços, intrigas, separações, vai-e-vem. Mesmo que, para isso, se mande às favas a lógica e a razão.
A audiência tem correspondido às expectativas da emissora. "Além do Tempo" herdou o bom Ibope da novela anterior no horário, "Sete Vidas", e tem mantido o mesmo patamar. A produção é caprichada, a direção é boa e o elenco está à altura. É tudo muito bonito. Um melodrama assumidamente rasgado, mas de encher os olhos, em uma produção impecável. E sem novidade alguma no universo das novelas, nada além do que já vimos antes. É um dramalhão sim! Dos bons.
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