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Sem didatismo, "Liberdade Liberdade" é um entretenimento de qualidade

Nilson Xavier

09/05/2016 07h00

Lília Cabral e Andreia Horta (Foto: Divulgação/TV Globo)

Lília Cabral e Andreia Horta (Foto: Divulgação/TV Globo)

Uma super produção que aborda um período e uma ambientação pouco retratados entre as novelas e minisséries da Globo: Vila Rica (atual Ouro Preto, em Minas Gerais) à época da chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil (1808). "Liberdade Liberdade" tem uma história envolvente (roteiro comandado por Mário Teixeira), direção competente (equipe de Vinícius Coimbra) e um elenco enxuto e coeso, em ótimas atuações, com destaque para os atores que interpretam os personagens principais, todos excelentes em seus papeis: Andreia Horta, Mateus Solano, Bruno Ferrari, Nathalia Dill, Dalton Vigh, Maitê Proença, Lília Cabral, Marco Ricca, Zezé Polessa e Caio Blat.

Valorizada por esse elenco, a trama segue sem tropeços. Os capítulos curtos mesclam momentos de tensão com outros mais brandos, mas sempre com enlevo. O público sabe de antemão que o destino da protagonista Rosa/Joaquina (Andreia Horta) pode ser trágico. Os personagens agem em constante tensão, com exceção da heroína, que parece não se dar conta do risco que corre. Este é o grande chamariz do roteiro de Mário Teixeira. O clímax promete ser emocionante, já que a trajetória dos personagens permeia a tragédia.

Os capítulos de "Liberdade Liberdade" melhoram à medida que a trama avança. É uma novela bonita, bem escrita e dirigida. A tendência de resvalar no didatismo fácil é grande, mas não aqui. É novela antes de tudo, não é aula de História. Todavia, mesmo sem a pretensão de ser didática, cumpre com louvor seu papel cultural. Um entretenimento de qualidade para os fins de noite.

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Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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