Despretensiosa, novela “Êta Mundo Bom” diverte com personagens cativantes
Atravessando sua melhor fase, "Êta Mundo Bom!" é uma novela deliciosa de acompanhar. Incrível como, passado um tempo, todas as primeiras críticas, do texto à interpretação de alguns atores, se dissiparam. Acabamos nos acostumando com os vícios do autor e de parte do elenco? Ou embarcamos na total despretensão da novela deixando de lado o perfeccionismo e tão simplesmente nos divertindo com o universo criado pelo autor?
Walcyr Carrasco é craque na carpintaria folhetinesca. Sabe como poucos enredar suas tramas e envolver o público com suas histórias e personagens. E o mais incrível de tudo: "Êta Mundo Bom!" não traz nada de novo. O autor recicla tramas e tipos já vistos em trabalhos anteriores. Torta na cara, casamento desfeito no altar, gente arremessada no chiqueiro… Sabemos exatamente o que esperar de uma novela dele. Vilões ávidos por amor e dinheiro, diferenças entre ricos e pobres, mocinhas sofredoras. Já vimos essas histórias várias vezes, tanto em suas novelas como em de outros. E sabemos como acabam. "Êta Mundo Bom!" é boa porque é previsível, ou é previsível porque é boa? Ou nem é tão previsível assim?
Finalmente ganhou função na trama o núcleo, até então adormecido, da madrasta má (Guilhermina Guinle) e o enteado na cadeira-de-rodas (Xande Valois) absorto em seu "jardim secreto". Sandra (Flávia Alessandra) fará Anastácia (Eliane Giardini) sair de sua zona de conforto. Cunegundes (Elizabeth Savalla) humanizou-se com a chegada do netinho. Eponina (Rosi Campos) finalmente casou, o que tem rendido situações hilárias.
As tramas fluem sem atropelos ou "barriga". Enquanto isso, o núcleo da fazenda de Cunegundes continua divertindo. Assim como Pancrácio (Marco Nanini, fantástico), com seus tipos fantasiados que tentam tomar dinheiro de incautos na rua. Na semana que passou, o ator arrancou risadas como uma inusitada bailarina. O que seria de "Êta Mundo Bom!" sem essas interpretações excelentes?
Faz parte da proposta da novela, logo não tem mais porque estranhar o tom teatral, tanto na impostação dos atores quanto no texto (com exceção dos caipiras, os personagens falam um português corretíssimo). É uma trama de época sem a pretensão de emular a realidade. Nem a mocinha Filomena (Débora Nascimento), incomoda mais: já sofre menos e foi providencial a repentina perda de seu sotaque caipira.
"É a Luna que voltou!"
Em tempo: a ótima repercussão de "Êta Mundo Bom!" explica a escolha de uma trama de Carrasco para o "Vale a Pena Ver de Novo": "Alma Gêmea", novela de sucesso do autor, exibida entre 2005 e 2006 (já reprisada à tarde, entre 2009 e 2010), voltará na grade vespertina da Globo em substituição à atual "Anjo Mau". Walcyr Carrasco continua em alta.
AQUI tem tudo sobre "Alma Gêmea".
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