Blog do Nilson Xavier http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br Blog do Nilson Xavier - UOL Televisão Fri, 07 Jun 2019 10:59:49 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 “Shippados”, série cômica do Globoplay, lembra que o amor nunca sai de moda http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/2019/06/07/shippados-serie-comica-do-globoplay-lembra-que-o-amor-nunca-sai-de-moda/ http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/2019/06/07/shippados-serie-comica-do-globoplay-lembra-que-o-amor-nunca-sai-de-moda/#respond Fri, 07 Jun 2019 10:00:19 +0000 http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/?p=16061

Tatá Werneck e Eduardo Sterblitch (foto: divulgação/TV Globo)

Chama-se “Shippados” – mas também poderia se chamar “Os Anormais” – a nova série de humor da dupla Fernanda Young e Alexandre Machado (de “Os Normais“, “Os Aspones“, “Minha Nada Mole Vida“, “Separação?!” e outras), feita exclusivamente para o Globoplay, disponível para assinantes a partir dessa sexta-feira, 07/06. Se em “Os Normais” os autores brincavam com a ideia de que as pessoas tentam manter em público a capa de uma normalidade institucionalizada, em “Shippados“, os esquisitos, os fora da normalidade padrão, estão em evidência.

O ponto de partida é o encontro entre Rita e Enzo – que, malandramente shippados, viram #Rizo – vividos por Tatá Werneck e Eduardo Sterblitch, dois jovens que tentam marcar encontros por aplicativos de namoro, mas não se sentem ajustados ao modus operandi das relações modernas que nascem no mundo virtual. “Por mais ‘likes’ que receba, você vai acabar precisando de alguém para amar”, explica Fernanda Young.

Cada qual com seus problemas – Rita sofre de um trauma de infância que a leva a ser muito sincera e Enzo é irritantemente metódico -, eles sofrem com a frustração dos encontros marcados na internet. No primeiro episódio, os autores presenteiam o público com gags divertidas sobre dates modernos, em que as pessoas, no contato real, tentam se enquadrar ao padrão que apresentaram no virtual. É onde Rita e Enzo não se adequam.

Luís Lobianco, Clarice Falcão, Tatá Werneck, Eduardo Sterblitch, Júlia Rebello e Rafael Queiroga (foto: divulgação/TV Globo)

Tatá Werneck é o destaque. A atriz está anos-luz dos tipos com os quais nos acostumamos a ver na televisão. A depressão, a angústia e a ansiedade não têm graça alguma. Nem o texto, nem a atriz fazem piada disso. A graça de Rita está na ternura de sua sinceridade melancólica. Impossível não se compadecer de seus dramas – mesmo as situações por ela vividas estarem longe do melodrama.

Enzo, por sua vez, está ciente e leva muito a sério a sua meticulosidade exagerada, e, mesmo assim, consegue ser “quase fofo”. O barato dos personagens de “Shippados” é que eles, acostumados à exposição do mundo virtual, não escondem suas esquisitices e assumem o que são até com certo orgulho. Completam a galeria de esquisitos os casais Valdir e Brita (Luís Lobianco e Clarice Falcão) e Suzete e Hélio (Júlia Rebello e Rafael Queiroga), e Dolores (Yara de Novaes), a mãe de Rita.

Outro ponto interessante é a opção pelo vintage no desenho de produção, o que serve de contraponto à temática moderna da trama. A luz é setentista, os figurinos são atemporais e Rita ouve LPs em uma vitrola. A diretora artística Patrícia Pedrosa pontua que os personagens, apesar de inseridos nas relações interpessoais contemporâneas, “são analógicos“. A ideia de “Shippados” é das mais antigas: o amor nunca sai de moda, não importa a época ou o meio para alcançá-lo, digital ou analógico.

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Topíssima agrada com casal atraente e trama batida, mas ágil e bem dirigida http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/2019/06/04/topissima-agrada-com-casal-atraente-e-trama-batida-mas-agil-e-bem-dirigida/ http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/2019/06/04/topissima-agrada-com-casal-atraente-e-trama-batida-mas-agil-e-bem-dirigida/#respond Tue, 04 Jun 2019 10:00:54 +0000 http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/?p=16046

Felipe Cunha (Antônio) e Camila Rodrigues (Sophia) (foto: divulgação/Record TV)

A Record TV estava há quatro anos sem apresentar uma novela contemporânea e não-bíblica – a última foi “Vitória“, em 2015. A longa espera valeu a pena. Há duas semanas, estreou “Topíssima“, escrita por Cristianne Fridman (autora das ótimas “Chamas da Vida” e “Vidas em Jogo“, entre outras). Fridman não decepciona e entrega uma trama ágil e sedutora, apesar de “nada de novo no front“. É a direção de Rudi Lagemann que se encarrega da novidade, imprimindo frescor a velhos recursos folhetinescos.

O enredo batido do casal que se detesta mas acaba apaixonado (“A Megera Domada” pela enésima vez visitada na teledramaturgia) vem embalado em uma trama policial consistente: autoridades tentam desbaratar uma quadrilha que produz e trafica uma droga nova e poderosa. Há também um “núcleo Malhação“, no caso, jovens universitários envoltos em confusões amorosas. A caricatura fica por conta de Cristiana Oliveira, ótima como a perua exagerada. A atriz não altera a voz, como derrapam suas colegas Cláudia Raia e Juliana Paes, com personagens semelhantes em “Verão 90” e “A Dona do Pedaço“.

O roteiro de “Topíssima” apresenta um trabalho bem dosado de drama, comédia e ação. A trama é dinâmica e recheada de ganchos interessantes. Como deveria ser toda novela. No elenco, bem escalado, já deu para perceber que Camila Rodrigues e Felipe Cunha têm uma química avassaladora na tela, excelentes como o casal protagonista Sophia e Antônio; e Silvia Pfeifer em ótima forma vivendo uma mulher pobre, moradora do Vidigal, distante das elegantes com as quais estávamos acostumados.

Cristiana Oliveira (Lara Alencar) | Silvia Pfeifer (Mariinha) (foto: Blad Meneghel/Record TV)

É a direção de Rudi Lagemann que se encarrega de dar forma e vitalidade ao roteiro de Cristianne Fridman. Vindo do cinema e da publicidade, e com boa experiência na televisão, Lagemann assina sua primeira direção-geral em uma novela. Ele também foi o responsável pela direção da ótima série “Conselho Tutelar” (3 temporadas, exibidas entre 2014 e 2018). Em “Topíssima“, Lagemann trabalha com Rogério Passos, que já era diretor na Record, e dois diretores egressos da publicidade, Guga Sander e Hudson Vianna.

Além de comandar as sequências de ação e com atores, a direção usa recursos atraentes – como elementos gráficos na finalização das cenas – que ajudam a dar o gás que o roteiro demanda. “Topíssima” é gostosa de ver, ágil e reúne todos os elementos para cativar. É uma ótima opção de folhetim para quem está cansado da comédia nonsense na concorrente Globo. Além de uma opção a mais ao telespectador, a nova produção da Record areja a dramaturgia da emissora, impregnada com as novelas bíblicas.

O site Teledramaturgia traz tudo sobre “Topíssima: elenco, trama, personagens, trilha e curiosidades.

Leia também:Série ‘Conselho Tutelar’ merece mais episódios e temporadas“;
UOL Vê TV, “Com mais acertos do que erros, Topíssima tem início promissor“.

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Conflito de judeus e árabes na novela das 6 é mostrado com humor e respeito http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/2019/05/31/conflito-de-judeus-e-arabes-na-novela-das-6-e-mostrado-com-humor-e-respeito/ http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/2019/05/31/conflito-de-judeus-e-arabes-na-novela-das-6-e-mostrado-com-humor-e-respeito/#respond Fri, 31 May 2019 10:00:59 +0000 http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/?p=16026

Mouhamed Harfouch, Verônica Debom e Marcelo Médici (Foto: Paulo Belote/TV Globo)

Paralelo ao drama dos refugiados de “Órfãos da Terra“, um núcleo de humor tem chamado a atenção e arrancado elogios de todos os lados. O melhor alívio cômico da novela de Thelma Guedes e Duca Rachid está nas confusões românticas de um quarteto, aparentemente disfuncional, que antagoniza árabes e judeus.

O descendente de árabes Ali (Mouhamed Harfouch) é apaixonado por Sara (Verônica Debom), neta de judeus, e ela por ele. Porém, neste momento, Sara, em amnésia, não recorda de sua paixão por Ali. Quem tenta tirar proveito da situação é o bonachão Abner (Marcelo Médici), que, a princípio, detestava Sara e era correspondido em antipatia na mesma proporção, apesar das famílias judias dele e dela torcerem por um matrimônio. Com a amnésia de Sara, Abner, agora caidinho por ela, a faz acreditar que os dois se amam e a coloca contra Ali.

Osmar Prado, Betty Gofman e Verônica Debom (Foto: divulgação/TV Globo)

O quadrilátero se fecha com a temperamental Latifa (Luana Martau), palestina que veio ao Brasil para casar com Ali, por meio de um plano do árabe Mamede (Flávio Migliaccio), avô do rapaz, de afastá-lo da família judia de Sara – com quem o velho vive implicando, principalmente com o avô dela, Bóris (Osmar Prado). Alheios à rivalidade dos vizinhos rabugentos – mas sempre usados por eles como pivô de suas brigas – estão os mascotes do núcleo: Salomé, a dogue alemã de Bóris, e Sultão, o chihuahua de Mamede.

Eis um núcleo “redondo”, a melhor trama paralela de “Órfãos da Terra“. O fuzuê entre os árabes e judeus da novela se apoia no texto divertido das autoras e na sintonia do elenco – que se completa com Ester (Nicette Bruno), a mãe judia de Abner, passional e controladora; Eva (Betty Gofman), mãe de Sara e filha de Bóris; e Muna (Lola Fanucci), irmã de Ali, professora de dança do ventre.

Salomé e Sultão (foto: divulgação)

São personagens tão bem desenvolvidos e interpretados que poderiam extrapolar a novela: renderiam uma ótima sitcom, em episódios fechados, uma série de humor na linha de “A Grande Família” e “Tapas e Beijos“. Os enlaces entre Sara, Ali, Abner e Latifa, com o apoio de Mamede, Bóris, Ester, Eva, Muna, Salomé e Sultão, lembram desenhos animados e séries de humor sobre famílias, muito comuns na televisão entre as décadas de 1960 e 1970.

Os conflitos entre judeus e árabes são retratados em “Órfãos da Terra” com leveza e respeito, sem subestimar o público com piadocas óbvias ou reforçar velhos estereótipos que depreciam os dois povos e suas questões políticas e culturais. O máximo que se permite o texto é o estereótipo da mãe judia: Ester, de Nicette Bruno, extremamente dominadora na relação com o filho. Os sotaques de Mamede, Bóris e Ester são carregados –  naturalmente, já que são imigrantes – e tornam tudo ainda mais saboroso.

Mouhamed Harfouch, Flávio Migliaccio e Lola Fanucci (Foto: Paulo Belote/TV Globo)

O site Teledramaturgia traz tudo sobre Órfãos da Terra“: trama, elenco completo, personagens, trilha sonora e curiosidades.

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“A Dona do Pedaço” mudou de fase e Maria da Paz se transformou em Lady Kate http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/2019/05/28/a-dona-do-pedaco-mudou-de-fase-e-maria-da-paz-se-transformou-em-lady-kate/ http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/2019/05/28/a-dona-do-pedaco-mudou-de-fase-e-maria-da-paz-se-transformou-em-lady-kate/#respond Tue, 28 May 2019 14:16:06 +0000 http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/?p=16010

Juliana Paes | Katiuscia Canoro (Fotos: divulgação)

Há mais de um ano, em uma de minhas críticas à novela “O Outro Lado do Paraíso“, citei o quanto o humor de Walcyr Carrasco extrapola a caricatura, comparando seu texto com o do antigo programa “Zorra Total”, cujo estilo de humor, ultrapassado, a Globo havia abandonado há anos. Na nova novela do autor, “A Dona do Pedaço“, a mudança para a fase atual da história (no capítulo dessa segunda, 27/05) fez surgir uma nova Maria da Paz (Juliana Paes, a protagonista), rica depois de uma passagem de vinte anos. Rica, mas exageradamente cafona e afetada. “Eu tô pagaaanu!“, diria Lady Kate, lembra dela?

Esqueça as referências da direção a Tarantino e Irmãos Cohen, vistas, nas fases anteriores, na trama das duas famílias de matadores que se odiavam. “A Dona do Pedaço” inicia agora sua fase definitiva, na atualidade, e, pelo pouco visto, não traz nada das inspirações anteriores. Já nas primeiras sequências, é perceptível o quanto tudo foi nivelado à potência máxima. A “nova” Maria da Paz agora é rica e cafona, como pede o roteiro. E muitos tons acima.

Juliana Paes (foto: reprodução)

Como é sabido, tudo no texto de Carrasco é exponencial, sem sutileza, didático, repetido tantas vezes que até uma criança de cinco anos possa fixar. A caracterização e os modos exagerados de Maria da Paz remetem a Lady Kate, a personagem de Katiuscia Canoro no finado “Zorra Total“, do bordão “Dinheiro eu tenho, o que me falta é gramur“. É basicamente o mesmo perfil: veio de baixo, enriqueceu e não sabe se portar e vestir, por isso exagera em tudo, no jeito afetado e nas roupas, joias e maquiagem.

Contradiz o perfil anterior de Maria da Paz, apresentada como uma mulher de modos simples, alegre e, ainda assim, um tanto discreta. Se ela fosse uma moça despachada e brega, seria o caso. Essa mudança brusca da protagonista soou gratuita, apenas para justificar o entrecho em que a filha sente vergonha da mãe só por ela ser cafona. Ainda assim, o resultado já é sentido na audiência. O capítulo dessa segunda-feira bateu o recorde da novela (prévia de 35 pontos no Ibope da Grande SP). Afinal, como nos tempos de “O Outro Lado do Paraíso“, Carrasco é superlativo também na recepção do público.

PS: Que raio de sotaque é esse que Juliana Paes adotou para a nova fase de sua personagem? Faz parte do perfil over de Maria da Paz? Lembrando que é a segunda (ou terceira) vez que a dona do pedaço muda o seu jeito de falar.

Leia também, Chico Barney: “Fragmentada: Ju Paes muda de sotaque o tempo todo“.

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Morre, aos 84 anos, Lady Francisco, atriz popular no cinema e televisão http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/2019/05/25/morre-aos-79-anos-lady-francisco-atriz-popular-no-cinema-e-televisao/ http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/2019/05/25/morre-aos-79-anos-lady-francisco-atriz-popular-no-cinema-e-televisao/#respond Sat, 25 May 2019 18:17:59 +0000 http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/?p=15836

Em seu último trabalho, uma participação em “Malhação, Vidas Brasileiras” (foto: divulgação/TV Globo)

Morreu neste sábado (25/05), aos 84 anos, a atriz Lady Francisco. Ela estava internada na UTI do Hospital Unimed-Rio, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, desde o dia 28/04, em decorrência de complicações apresentadas no pós-operatório de uma correção de fratura de fêmur. Lady passeava com seus cachorros quando caiu e fraturou o fêmur. Nos últimos dias, houve piora em seu quadro. A atriz veio a falecer, neste sábado, às 13h10, por falência de múltiplos órgãos, decorrente de isquemia enteromesentérica (transtorno vascular agudo dos intestinos).

Atriz, produtora e diretora, Lady Francisco construiu uma carreira sólida, tanto na TV – mais de 20 novelas – quanto no cinema – 25 filmes, vários deles pornochanchadas, o que lhe rendeu o status de símbolo sexual. Era uma atriz reconhecida pelo público, por vários papeis de apelo popular, geralmente mulheres despachadas, sensuais, fogosas e/ou divertidas. Fácil para uma atriz carismática que sempre chamou a atenção pela beleza.

Lady Francisco era o nome artístico de Leyde Chuquer Volla Borelli Francisco de Bourbon, nascida em Belo Horizonte, em 7 de janeiro de 1935. A carreira artística começou em BH, no rádio e na TV Itacolomi. Foi revelação artística da Escola Mineira de Artes Dramáticas, inaugurou a TV Itacolomi, ao lado de Juscelino Kubitschek, e recebeu na época o prêmio Ary Barroso de melhor atriz de televisão.

Com Lima Duarte no filme “O Crime do Zé Bigorna” | Cartaz do filme “O Roubo das Calcinhas”

Lady mudou-se para o Rio de Janeiro no início da década de 1970. A primeira novela foi “Jerônimo, o Herói do Sertão“, exibida entre 1972 e 1973, pela TV Tupi. Nesta época, atuou em seu primeiro filme, “Uma Varão Entre as Mulheres“, de Victor di Melo, lançado em 1974.

Em 1975, Lady Francisco apareceu em cinco pornochanchadas, com destaque para “As Loucuras de um Sedutor“, de Alcino Diniz; “O Roubo das Calcinhas“, de Sindoval Aguiar e Braz Chediak; e “Com as Calças na Mão“, de Carlos Mossy. O ano de 1975 foi também o da estreia da atriz na TV Globo, na novela “Cuca Legal“. Em seguida, foi escalada para viver Ninon, em “Roque Santeiro“, a dançarina seduzida pelo lobisomem. Porém, a novela foi censurada na noite de sua estreia. A atriz (como todo o elenco) acabou reaproveitada na produção seguinte, “Pecado Capital“, de Janete Clair, na qual ganhou um papel de destaque, Rose, a simplória e apaixonada secretária do protagonista Carlão (Francisco Cuoco).

Com José Lewgoy na novela “Louco Amor” | Com Nuno Leal Maia na novela “O Amor Está no Ar” (foto: divulgação/TV Globo)

Em 1977, Lady Francisco foi vista em dois filmes conhecidos: o clássico “Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia“, de Hector Babenco, vivendo a ambígua Lígia; e “O Crime do Zé Bigorna“, de Anselmo Duarte, adaptação do caso especial de Lauro César Muniz exibido na Globo, como Marlene, amante de um político assassinada no início da história, papel pelo qual ganhou o prêmio Candango de melhor atriz no Festival de Brasília.

Paralelamente à carreira no cinema, Lady era chamada para as novelas de televisão. Até o final da década de 1970, atuou em mais seis filmes. Também em seis novelas: “O Feijão e o Sonho“, “Escrava Isaura” (como Juliana, a escrava-mãe da protagonista), “Locomotivas“, “O Pulo do Gato“, “Pecado Rasgado” e “Marron-Glacé“. Entre 1980 e 1982, Lady Francisco fez parte do elenco do humorístico “Os Trapalhões“. Em 1981, atuou na novela “Baila Comigo“, reprisada até pouco tempo no canal Viva, no papel de Ondina, atendente na cantina da academia de ginástica.

Nos filmes “Punk, os Filhos da Noite” e “Os Rapazes das Calçadas”

Entre 1981 e 1982, mais quatro filmes de pornochanchada, destacando-se em “Os Rapazes das Calçadas“, de Levi Salgado, em que se travestiu de homem; “Anjos do Sexo“, também de Levi Salgado, no qual, além de atriz, foi codiretora; e “Profissão Mulheres“, de Cláudio Cunha, como uma carente e complexada solteirona. A parceria com Levi Salgado continuou em “Punk, os Filhos da Noite” (1983), “O Verdadeiro Amante Sexual” (1985) e “Sexo Selvagem dos Filhos da Noite” (1986).

Em 1983, Lady Francisco viveu o seu papel mais conhecido na televisão: a ingênua manicure Gisela na novela “Louco Amor“, de Gilberto Braga, formando uma memorável dupla com José Lewgoy. Em 1984, foi vista na novela “Transas e Caretas“, de Lauro César Muniz. Também em 1984, Lady participou do filme “Aguenta Coração“, de Reginaldo Faria. Após este, a atriz seguiu sua carreira no cinema com mais seis filmes, três nos anos 80 e três nesta década de 2010. O último é o drama indígena “Goitaca“, de Rodrigo Rodrigues, com previsão de lançamento para agosto deste ano.

Com Cláudia Abreu em duas novelas: “Barriga de Aluguel” e “Cheias de Charme” (foto: divulgação/TV Globo)

Em 1990, outro papel de destaque na televisão: Yara, na novela “Barriga de Aluguel“, de Glória Perez, a ex-prostituta que acolhe a protagonista Clara (Cláudia Abreu), a mãe de aluguel da história. Foi vista ainda no elenco fixo das novelas “Explode Coração” (1995-1996), como a cigana Carmem, “O Amor Está no Ar” (1997), como Candê, e “Alma Gêmea” (2005), como Dona Generosa.

Seus últimos trabalhos em televisão foram pequenas participações, em novelas como “Duas Caras” (2007-2008), “Chamas da Vida” (2008-2009), “Cheias de Charme” (2012), “Saramandaia” (2013), “Geração Brasil” (2014) e “Totalmente Demais” (2015-2016). A última aparição na TV foi neste ano, em “Malhação, Vidas Brasileiras“.

Na novela “Alma Gêmea” e na capa do disco “A Moça do Fuscão”

Lady Francisco gravou um disco, em 1983, com duas músicas: o compacto simples “A Moça do Fuscão“, pegando carona no “Fuscão Preto”, sucesso do cantor Almir Rogério. A atriz também tinha o projeto de um filme sobre sua vida, intitulado “De boate de quinta a palcos reluzentes”, baseado em sua autobiografia, “Nunca Fui Santa”, lançada em 2004.

Em abril de 2017, em uma polêmica entrevista ao blog de Paulo Sampaio (do UOL Universa), Lady Francisco revelou ter sido estuprada em duas ocasiões: a primeira por um famoso diretor da Globo, e a segunda por quatro marginais – o que gerou uma gestação que foi abortada.

Lady Francisco deixa dois filhos, Oscar e Andrea.

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“A Dona do Pedaço” se passa no Espírito Santo, mas tem quase nada do estado http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/2019/05/23/a-dona-do-pedaco-se-passa-no-espirito-santo-mas-tem-quase-nada-do-estado/ http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/2019/05/23/a-dona-do-pedaco-se-passa-no-espirito-santo-mas-tem-quase-nada-do-estado/#respond Fri, 24 May 2019 00:08:10 +0000 http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/?p=15912

Marcos Palmeira, Juliana Paes e Luiz Carlos Vasconcelos (foto: João Miguel Jr/TV Globo)

A história da nova novela da Globo, “A Dona do Pedaço“, é ambientada, a princípio, no interior do estado do Espírito Santo, em uma fictícia região chamada Rio Vermelho. A trama começa nos anos 1990, em terras capixabas, para depois se estabelecer em São Paulo, na atualidade. Porém, para representar o Espírito Santo, a direção optou por colher imagens no Rio Grande do Sul. Os capixabas devem estar se perguntando o porquê dessa escolha, em vez de mostrar as belezas do próprio estado onde acontece a história.

Recebi uma mensagem de um leitor que me fez refletir sobre o assunto. Não conheço o Espírito Santo, não estou familiarizado com suas paisagens. Do pouco visto na novela, as imagens remetem a qualquer lugar, do Brasil ou fora. Acho que o capixaba Lucas Inácio, morador de Vitória, está coberto de razão em seu desabafo. Leia:

Imagem aérea da Terceira Ponte e do Convento da Penha, ES (reprodução)

“Estou acompanhando a nova novela das nove e tenho achado confuso o cenário idealizado por Walcyr Carrasco para iniciar a trama. Sou do Espírito Santo, onde se passa os primeiros anos da novela, e vi, até agora, poucos elementos que ambientam a trama por aqui. O endereço ‘cangaceiro’, sem qualquer referência do estado, e as poucas imagens de Vitória são difusas. As cenas da praia, nota-se que não foram gravadas aqui, inclusive o momento em que uma das sobrinhas de Juliana Paes quase é atropelada no centro da capital (suponho).

Não entendi, sinceramente, por que a necessidade de ambientar e fazer citações a um estado, sendo que as gravações ocorreram em outras regiões do país. Na minha observação, essas imagens desfocadas, com ângulos fechados, empobrecem a história. As cenas que mostram a Terceira Ponte (ícone turístico de Vitória) são, em salvo engano, noturnas. Não tiveram o cuidado de inserir imagens da década de 90. Acho que escolheram cenas noturnas para evitar contradição, pois, em vinte anos, o entorno da ponte ganhou novos prédios. Para quem mora no estado foi, digamos, uma banho de água fria. Minha crítica não é bairrismo. Fiquei realmente sem entender essa decisão.”

Juliana Paes (foto: João Miguel Jr/TV Globo)

A Rio Vermelho de “A Dona do Pedaço” foi gravada, no Rio Grande do Sul, nas cidades de Jaguari, Nova Esperança do Sul e São Gabriel, que juntas compõe o cenário das famílias rivais Ramirez e Matheus. No site do Gshow, a diretora artística da novela, Amora Mautner, explicou a escolha:

“A gente teve que fazer uma imagem mais ‘inventadinha’. Não podia ser realista. Queríamos que fosse mais a ver com a memória de Maria da Paz, então a gente compôs uma cidade fictícia. Fizemos parte em Espírito Santo e parte em Rio Grande do Sul, mas no fundo é Rio Vermelho.”

Alguém pode argumentar que muitos filmes ambientados em Nova York são rodados no Canadá. Porém, eles são repletos de referências à cidade. A questão não é gravar fora, mas fazer com que seja reconhecido nas locações a cidade que se pretende retratar. O capixaba enxerga o Espírito Santo em “A Dona do Pedaço“?

Em tempo: a última (e única) vez em que o Espírito Santo serviu de cenário para uma novela foi em “Cabocla” (em duas versões, 1979 e 2004). Porém, essa trama rural de Benedito Ruy Barbosa, que se passava no interior do estado, era de época (décadas de 1910 e 1920), sem a obrigação de referências contemporâneas.

Leia também: “Estreia de A Dona do Pedaço apela para os valores familiares e às armas“.

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Estreia de “A Dona do Pedaço” apela para os valores familiares e às armas http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/2019/05/20/estreia-de-a-dona-do-pedaco-apela-para-os-valores-familiares-e-as-armas/ http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/2019/05/20/estreia-de-a-dona-do-pedaco-apela-para-os-valores-familiares-e-as-armas/#respond Tue, 21 May 2019 02:09:41 +0000 http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/?p=15900

Marcos Palmeira e Juliana Paes (foto: reprodução)

Os filhos são a alegria da gente“. “Família é a coisa mais importante que tem“. “O segredo desse bolo é o amor”. A nova novela da Globo, “A Dona do Pedaço” (estreia dessa segunda, 20/05), já começou apelando para os sentimentos mais básicos do ser humano – quem não se identifica com a avó que faz o bolo com os netos?  -, principalmente no que compete à tríade família, tradição e propriedade. Em nome da proteção da propriedade, armas e tiros.

– Duas famílias inimigas de matadores profissionais (“Só mato por necessidade porque a gente tem que viver“) com um amor “Romeu e Julieta“, nos confins do interior do Brasil – isso remete ao clássico de Shakespeare, mas também ao faroeste americano, mais propriamente à folclórica disputa entre MacCoys e Hatfields, duas famílias caipironas que se duelavam até a morte (quem assistia aos desenhos do Picapau ou Pernalonga deve lembrar). Em meio à disputa das famílias armadas, o nome da protagonista é o contraponto: Maria da Paz (Juliana Paz, digo, Paes), a tal dona do pedaço.

Fernanda Montenegro (foto: reprodução)

O texto é direto e objetivo, cheio de frases feitas e de efeito. Tudo mastigado, típico do autor, Walcyr Carrasco, não muito chegado a sutilezas. Como em “O Outro Lado do Paraíso“, cabe à direção a árdua função de dar algum verniz ao texto do autor. A diretora Amora Mautner bebe das mais variadas referências – de clássicos do cinema e da televisão – para fotografia, ambientação, trilha sonora, cenários, figurinos e arte. É uma mistura mesmo. Será que esse bolo cresce? E será que é saboroso? Cedo para provar, pode queimar a boca!

Curioso que “O Sétimo Guardião” terminou com uma carnificina (no casarão do guardião-mor) e “A Dona do Pedaço” começa com outra carnificina. Tempos obscuros esses em que os conflitos do folhetim, parece, passaram a se resolver na base da bala. Vai ver a intenção é refletir a realidade mesmo.

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Problemática desde antes da estreia, O Sétimo Guardião não deixará saudades http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/2019/05/17/problematica-desde-antes-da-estreia-o-setimo-guardiao-nao-deixara-saudades/ http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/2019/05/17/problematica-desde-antes-da-estreia-o-setimo-guardiao-nao-deixara-saudades/#respond Sat, 18 May 2019 01:42:45 +0000 http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/?p=15883

Lília Cabral (foto: reprodução)

Em 1999, ao final da novela “Suave Veneno“, o ator José Wilker teria circulado pelos estúdios da Globo com uma camiseta na qual se lia “Suave Veneno: eu sobrevivi!” O autor Aguinaldo Silva mandou o seguinte recado para Wilker: “Aquele que, durante a novela, ganhou o direito de falar por todos, homens e mulheres de boa vontade. Obrigado pela paciência, sinceridade, dedicação.” Essa situação poderia se repetir em “O Sétimo Guardião“, também de Aguinaldo, encerrada nesta sexta-feira (17/05).

O que deu errado na trama do autor, que tanto prometeu em sua estreia e tão pouco cumpriu? Mais do que a média final na audiência – abaixo do mínimo esperado para o horário (28.75 pontos no Ibope da Grande SP) e bem abaixo das últimas produções (“Segundo Sol“: 33.36, “O Outro Lado do Paraíso“: 38.23, “A Força do Querer“: 35.66) – “O Sétimo Guardião” foi uma novela que simplesmente não aconteceu. O máximo de repercussão não dizia respeito à trama, mas aos seus conturbados bastidores.

A fofoca generalizada (Marina Ruy Barbosa apontada como o pivô da separação de José Loreto, hostilizada por colegas de profissão; reunião na Globo para um suposto pedido de desculpas; surubão de Noronha e dark-room da Globo) mais o processo movido por ex-alunos do curso de roteiro de Aguinaldo Silva, reivindicando crédito na criação da obra, fomentou a mídia muito mais do que o alardeado retorno do autor ao realismo fantástico, estilo que o consagrou na década de 1990.

Lília Cabral e Bruno Gagliasso (foto: reprodução)

Línguas ferinas diziam que o gato Leon era o único personagem bom de “O Sétimo Guardião“. A trama da fonte milagrosa não convenceu e os mistérios envolvendo os guardiães passaram batido para o público. Se o autor quis transmitir alguma mensagem ou criar alguma metáfora com a fonte e guardiães, deve ter ficado na intenção ante um roteiro confuso, para dizer o mínimo. Ainda a falta de sintonia entre texto e direção: será que o diretor Rogério Gomes dirigia o mesmo que Aguinaldo escrevia?

Um insistente clima de mistério, interpretações frias (incluindo os guardiães), fotografia e trilha sonora soturnas, textos longos e introspectivos são escolhas que caberiam melhor em uma série ou supersérie às 23 horas. “O Sétimo Guardião” não era uma trama folhetinesca, logo não rendia uma novela. A tradicional faixa das 9 da noite pede uma história recheada com algum romance – por mais que haja exemplos de produções em que o romance tenha ficado em segundo plano, vide “Avenida Brasil” e “A Favorita“.

Aguinaldo além de culpa, teve azar. Culpa pelos perfis dos protagonistas Luz e Gabriel, pouco atraentes para o público. Azar pela escalação equivocada de Marina Ruy Barbosa, mais pela repetência (ela precisa descansar sua imagem), e de Bruno Gagliasso, que interpretou um personagem-estátua, sem a menor emoção. José Loreto deixou de ser vilão para tonar-se o interesse amoroso de Luz, mas era tarde. Sem uma trama cativante, o público não teve nem um casal romântico para torcer. Paralelamente, surgiram João Inácio e Estefânia, Lurdes Maria e Geandro, Elisa e Maltoni, Diana e Walid, com conflitos desinteressantes ou insuficientes.

Isabela Garcia | Nany People | Elizabeth Savala (foto: divulgação/TV Globo)

A falta de folhetim até poderia ser relevada, se a trama central fosse forte o bastante para carregar uma novela por seis meses. Vimos que não. Os vilões – elementos essenciais ao folhetim, que movimentam e geram conflitos – também deixaram a desejar. Lília Cabral, antes da estreia, apregoou que sua Valentina Marsala seria “A Vilã“. De nada adiantam frases espirituosas, caracterização elegante e algumas maldades pontuais, se não estiverem alicerçadas em uma trama arrebatadora. Com Valentina, aprende-se que vilã sem história boa não gera meme.

Na falta da vilã central forte, brilhou uma vilã periférica. Mirtes foi uma das poucas personagens de “O Sétimo Guardião” com algum tutano. Aguinaldo Silva percebeu a força da interpretação de Elizabeth Savala e fez a megera crescer e aparecer. Se a novela valeu, não foi pela trama central, mas por personagens isolados, que, em escalações acertadas, tiveram momentos bons. Além de Savala, Isabela Garcia, como Judith, que tornou-se um de seus melhores trabalhos na televisão. Também deu gosto ver Nany People em cena, ainda que, na maioria das vezes, fazendo escada para Lília Cabral.

Letícia Spiller, já citei em texto anterior, sempre ótima na criação de tipos, causou estranhamento com seu sotaque forçado. Nunca julguei Marilda, a achava divertida. Foi bom ver Theodoro Cochrane, como Adamastor, um tipo rico e bem interpretado, mas – pena – sem trama própria. Registra-se também o desperdício de Carol Duarte, que após Ivana de “A Força do Querer” ganhou uma personagem que sinalizou que renderia, mas não rendeu. Contudo, nenhum desperdício foi maior que o de Tony Ramos. Este merecia de Aguinaldo o agradecimento pela “paciência e dedicação”, tal qual recebeu Wilker em “Suave Veneno“.

Tony Ramos (foto: reprodução)

O autor também pareceu perdido nas tramas paralelas. Sem ter para onde correr, já que várias dessas tramas ramificavam-se dos seis guardiães que foram morrendo, Aguinaldo promoveu a pior de todas para preencher a novela: o núcleo de Nicolau (Marcelo Serrado), um tipo troglodita e desagradável que serviria como alerta à violência doméstica e preconceito, mas que não passou disso mesmo, apenas um tipo troglodita gratuitamente desagradável. A gota d´água foi a gravidez de Afrodite (Carolina Dieckmann) depois de já separada de Nicolau, uma “recaída” da esposa para forçar uma situação no roteiro.

Para uma análise mais certeira, muito vezes é necessário um distanciamento no tempo. Os problemas apontados pela mídia durante os seis meses de “O Sétimo Guardião” escancaram uma sucessão de erros muito clara que não demandará esse tempo. Aguinaldo Silva é um autor que costuma reconhecer falhas em sua obra. Veja publicações em que ele fala, além de “Suave Veneno“, de “Porto dos Milagres“, “Partido Alto” e “O Outro“. “O Sétimo Guardião” não deixará saudades para o público. Acredito que nem para o autor.

Leia também:Difícil torcer pelos personagens de O Sétimo Guardião, não há encanto“;
Stycer, “Longe do que prometeu, O Sétimo Guardião bate recorde negativo do autor“.

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O escracho de Verão 90 dá lugar à reflexão divertida sobre a vida e a morte http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/2019/05/15/o-escracho-de-verao-90-da-lugar-a-reflexao-divertida-sobre-a-vida-e-a-morte/ http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/2019/05/15/o-escracho-de-verao-90-da-lugar-a-reflexao-divertida-sobre-a-vida-e-a-morte/#respond Wed, 15 May 2019 10:00:12 +0000 http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/?p=15874

Grazi Massafera | Antônio Fagundes | David Júnior (foto: João Cotta/TV Globo)

Na tarde de terça-feira (14/05), a Globo reuniu um grupo de jornalistas e colunistas de televisão para apresentar sua próxima produção: “Bom Sucesso“, a nova novela das sete, que estreia em 29 de julho. O evento contou com a presença do diretor de núcleo Luiz Henrique Rios e dos autores Rosane Svartman e Paulo Halm – trio responsável por “Totalmente Demais“, novela de 2015-2016. Sai a comédia escrachada (“Verão 90“) e entra uma comédia dramática – bom para arejar e variar estilos e narrativas.

Bom Sucesso” é uma alusão ao bairro Bonsucesso, subúrbio do Rio, uma das ambientações da trama. A história é sobre duas pessoas que têm resultados de exames médicos trocados, dos quais um deles traz uma sentença de morte. Paloma (Grazi Massafera), uma bela e jovem costureira e passista de escola de samba de Bonsucesso, recebe a notícia de que está doente e com pouco tempo de vida. Este resultado, na verdade, pertence a Alberto (Antônio Fagundes), idoso rico, autoritário e rabugento, morador da Zona Sul carioca, dono de uma editora.

A princípio, Paloma surta. Ao cair em si, a bela reverá seus valores e lutará para que valha a pena cada dia que lhe resta. No entanto, depois de se meter em algumas confusões, ela descobre a verdade, que os exames foram trocados, e decide ir atrás do verdadeiro dono do resultado trágico. Paloma conhece então Alberto e empenha-se em conscientizá-lo de que viver ainda vale a pena. Claro que há romances: Paloma se dividirá entre entre um amor do passado, Ramon (David Júnior), e um novo amor, Marcos (Rômulo Estrela) – ela não sabe ainda, mas ele é filho de Alberto.

Os autores de “Bom Sucesso” deixam claro que a novela não é um dramalhão, nem vai vai tratar da morte com peso ou morbidez. A doença de Alberto (ou seu tratamento) não é o foco, tanto que mal será especificada. É um tipo de câncer e fim. Não se fará alarde sobre a doença ou sobre a morte. “Pelo contrário, é uma novela sobre a vida“, disse o diretor Luiz Henrique Rios. Uma comédia como todas as novelas do horário das sete, mas uma comédia dramática, que propõe uma reflexão, não sobre a morte, mas sobre “aproveitar a vida”.

O encontro contou também com a presença da médica geriatra Ana Cláudia Quintana Arantes, especialista em cuidados paliativos com doentes terminais, autora do best-sellerA Morte É um Dia que Vale a Pena Viver“. Ela reforçou a ideia de que a morte pode ser abordada com leveza, desde que a vida tenha sido levada em plenitude. Toda morte é triste, mas se a pessoa tem uma vida feliz, ela pode ter uma “morte feliz” .

Os autores Paulo Halm e Rosane Svartman e o diretor Luiz Henrique Rios | Rômulo Estrela (foto: João Cotta/TV Globo)

Outras abordagens na trama serão a literatura (Paloma é uma leitora compulsiva e Alberto dono de editora) e esportes (Ramon é jogador de basquete e foi tentar carreira nos EUA). Com “Bom Sucesso“, a Globo volta a estrear uma novela das sete em uma segunda-feira: 29 de julho. A previsão é que a trama se estenda até o final de janeiro, totalizando em torno dos 150, 160 capítulos. O tema da abertura será o belo samba “A Sorrir“, de Cartola, em uma gravação de Zeca Pagodinho e Teresa Cristina: “A sorrir eu pretendo levar a vida / Pois chorando eu vi a mocidade perdida“. Tudo a ver com a proposta da novela.

O elenco
Grazi Massafera (Paloma)
Antônio Fagundes (Alberto)
Rômulo Estrela (Marcos)
David Júnior (Ramon)
Bruna Inocêncio (Alice)
Giovanna Coimbra (Gabriela)
João Bravo (Peter)
Fabíula Nascimento (Nana)
Armando Babaioff (Diogo)
Daniel Warren (Jorginho)
Valentina Vieira (Sofia)
Lúcio Mauro Filho (Mário)
Sheron Menezzes (Gisele)
Diego Montez (Willian)
Yasmin Gomlevski (Thaíssa)
Arthur Sales (Felipe)
Felipe Haiut (Jefferson)
Mariana Molina (Evelyn)
Shirley Cruz (Gláucia)
Antônio Carlos Santana (Léo)
Jonas Bloch (Eric Feitosa)
Thais Garayp (Bezinha)
Alexandra Martins (Leila)
Jorge Lucas (Dr. Mauri)
Marcelo Flores (Batista)
Carla Cristina Cardoso (Lulu)
Anderson Müller (Antônio)
Patrícia Costa (Esther)
Lana Guelero (Glória)
Stella Freitas (Terezinha)
Romeu Evaristo (Fabrício)
Guti Fraga (Padre Paulo)
Igor Fernandez (Luan)
Lucas Leto (Waguinho)
Caio Cabral (Patrick)
Ju Colombo (Elomar)
Gabriela Moreyra (Francisca)
Nathalia Altenbernd (Jeniffer)
Gabrielle Joie (Michelly)
Helena Fernandes (Eugênia)
Eduardo Galvão (Dr. Machado)
Gabriel Contente (Vicente)
Ingrid Guimarães (Silvana Nolasco)
Rafael Infante (Pablo Sanches)
Pedro Lobo (Ramon jovem)
Isabella Scherer (Paloma jovem)

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Vingança pela morte do sheik pode agitar ainda mais “Órfãos da Terra” http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/2019/05/14/vinganca-pela-morte-do-sheik-pode-agitar-ainda-mais-orfaos-da-terra/ http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/2019/05/14/vinganca-pela-morte-do-sheik-pode-agitar-ainda-mais-orfaos-da-terra/#respond Tue, 14 May 2019 10:00:00 +0000 http://nilsonxavier.blogosfera.uol.com.br/?p=15864

Herson Capri e Alice Wegmann (foto: Paulo Belote/TV Globo)

Com a morte do sheik Aziz Abdallah (Herson Capri), a novela “Órfãos da Terra” entra em uma nova fase. O misterioso assassinato do vilão gera na trama não somente um “quem matou“, mas, principalmente, uma motivação maior para a vilã substituta, Dalila (Alice Wegmann), a filha dele.

Se com o pai vivo, a moça já sentia sangue nos olhos por seu objeto de desejo – Jamil (Renato Góes) – tê-la trocado por uma refugiada – Laila (Júlia Dalavia) -, imagina agora que ela culpa o casal de pombinhos pela desgraça em sua família!

Dessa forma, “Órfãos da Terra” descortina uma interessante trama de vingança que tem tudo para cativar o público, mais do que a novela já conseguiu com o terrível personagem de Herson Capri. O ator, diga-se de passagem, viveu, em sua rápida incursão na trama, um de seus melhores trabalhos na televisão. Muitos sentirão falta do malvadão, mas a personagem de Alice Wegmann promete não deixar barato.

As possibilidades de entrechos saborosos para a vingança de Dalila são muitas – remete à vingativa Nina (Débora Falabella) de “Avenida Brasil“, que se infiltrou no seio da família Tufão como uma desconhecida e lá chocou seu ovo de serpente. Da mesma forma, Dalila terá chances infinitas para arquitetar sua desforra, já que Jamil e Laila nunca a viram (Jamil conversou uma única vez com Dalila, no passado, e ela estava de véu).

Osmar Prado e Verônica Debom (foto: reprodução)

A novela desacelerou na semana após a morte do sheik, como para sentar a poeira. Não só a trama de Aziz foi encerrada, como os quiproquós cômicos envolvendo o romance da judia Sara (Verônica Debom) e o muçulmano Ali (Mouhamed Harfouch) ganham agora novos contornos – após Ali descobrir que sua amada lhe mentia. A chegada de uma nova personagem, Latifa (Luana Martau), promete movimentar esse núcleo.

A novela de Thelma Guedes e Duca Rachid é um sucesso merecido. Com 35 capítulos exibidos, a trama acumula uma média de 21 pontos no Ibope da Grande São Paulo, acima do previsto para o horário e 2 pontos a mais que a novela antecessora, “Espelho da Vida“, no mesmo período.

As qualidades são muitas: o elenco bem escalado, personagens bons, a trama bem amarrada e empolgante, com uma boa divisão de drama e comédia, e a direção sofisticada de Gustavo Fernández, André Câmara e equipe. Além da abordagem envolvendo o drama dos refugiados, necessária, urgente e que gera curiosidade e empatia no público.

UOL Vê TV: “10 motivos para ver Órfãos da Terra, a melhor novela da Globo“.

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