Provocação: Globo vai gravar três finais para Marina em A Lei do Amor. Precisa?
Meu amigo Flávio Ricco noticiou essa semana: "Globo vai gravar três finais para Marina em A Lei do Amor" (leia AQUI). E eu jogo uma provocação: PRECISA?
O mistério da morte de Isabela no início de "A Lei do Amor" poderia ter rendido muito. Mas não. O casal Tiago e Isabela (Humberto Carrão e Alice Wegman) tinha química e tinha torcida. Funcionava tão bem, lembra? Ainda que potencializado pela grande rejeição do público pela outra ponta desse triângulo amoroso: Letícia (Isabella Santoni) – uma das maiores reclamações era a de que a personagem era muito chata.
Eis que os autores requentam um entrecho folhetinesco e irresistível da novela "Selva de Pedra", de Janete Clair. Naquele passeio de lancha com Tiago, Isabela sofreu um atentado e foi jogada ao mar. Ela não viu quem foi o seu agressor. O público sabe que não foi Tiago, mas Isabela não. Afinal, ela morreu? Ou sobreviveu e voltou sob outra identidade (Marina) para vingar-se de seu suposto carrasco? Uma delícia de trama!
Só que, em meio a tantas tormentas pelas quais passou "A Lei do Amor", ajustes, cortes no elenco e mudanças que em nada melhoraram a novela (audiência e repercussão), os autores levaram tempo demais para trazer à tona a trama do mistério da morte de Isabela. Neste ínterim, Letícia até teve sua personalidade alterada para que o público passasse a simpatizar com ela. O tempo passou e o entrecho perdeu o buzz. Esfriou.
Marina, a suposta nova Isabela (sósia, irmã gêmea ou Isabela mesma?), não apresenta nem a metade do carisma da personagem do começo da novela. Tem o ar arrogante de quem acha que está sabendo de tudo e controla a situação. Tiago virou um joão-bobo em suas mãos. Agora os autores miram em "Mulheres de Areia": Isabela é Ruth, Marina é Raquel, e Tiago, que deveria ser Marcos, está mais para Tonho da Lua!
O retorno de Isabela, que podia ser uma trama com muito potencial, se perdeu com o conjunto da novela: não é atraente e nem instigante.
Sim, gravar mais de um final cria no público um lampejo de expectativa – é um bom estratagema para despertar a audiência adormecida. Sempre foi mais usado para grandes mistérios que chacoalham a audiência desde o começo – o que nunca foi o caso de "A Lei do Amor". Tomara que a iniciativa surta algum resultado.
Fotos: Alice Wegman e Humberto Carrão (divulgação/TV Globo).
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