O melhor de “Sob Pressão” é o realismo ao tratar o caos nos hospitais públicos
A Globo exibiu o filme "Sob Pressão" (de Andrucha Waddington, de 2016) antes da estreia da série nesta terça, 25/07. O filme funcionou como um cartão de visitas para a nova atração. Mas está claro que são formatos independentes, apesar da mesma temática, ambientação e alguns personagens.
A série perdeu o ritmo do filme. Não que sua narrativa não seja ágil e dinâmica: o filme que é alucinado. Se no cinema foi impossível tirar os olhos da telona, na TV há um respiro. O que significa que o produto foi devidamente ajustado ao novo formato.
Apesar de funcionar no cinema, "Sob Pressão" é mais apropriada para a TV. O tema médico e a abordagem realista do caos em nossos hospitais públicos sugerem um poço sem fundo de possibilidades de roteiro que garantiriam temporadas até o esgotamento. Principalmente porque "Sob Pressão" entrega bem o que promete: tensão e realismo em cenas bem dirigidas e um elenco eficiente.
Há um arco a ser desenvolvido ao longo dos episódios: a possibilidade de envolvimento mais que profissional entre o cético Dr. Evandro (Júlio Andrade), que não conseguiu superar a perda da mulher na mesa de cirurgia, e a espiritualista Drª Carolina (Marjorie Estiano), que se flagela para expurgar traumas de infância, formando-se assim um bom contraponto dramático.
Porém, ao que parece, não serão os dramas de Evandro e Carolina que fisgarão o telespectador. A isca maior de "Sob Pressão" – e seu principal diferencial – é a luta e a criatividade de profissionais médicos para salvar vidas diante da precariedade de um hospital público. Abordados com realismo e sem concessões.
Nesta batalha inglória, os competentes protagonistas se valem dos recursos mais esdrúxulos para garantir a vida de seus pacientes – o que faz a série parecer uma espécie de "MacGyver" médico. Este é o seu maior apelo.
"MacGyver", lembra? Aquele agente secreto que escapava de ciladas usando clipes, cotonete, tampa de caneta e conhecimentos de química e física. A série americana foi chamada no Brasil de "Profissão: Perigo" – que também seria um bom título para "Sob Pressão".
Júlio Andrade e Marjorie Estiano estão excepcionais, é preciso registrar.
Leia também a entrevista com Andrucha Waddington, o diretor geral, e Jorge Furtado, o redator final, no blog de Maurício Stycer.
Siga no Facebook – Twitter – Instagram
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.