Houve apologia ao crime se “A Força do Querer” seguiu a realidade?
A maior crítica enfrentada por Glória Perez em sua novela "A Força do Querer" foram as acusações de apologia ao crime e glamurização da bandidagem – referência à trama da personagem Bibi Perigosa, interpretada por Juliana Paes.
A trajetória de Bibi é inspirada na vida de Fabiana Escobar, que ficou conhecida como Bibi Perigosa, ex-mulher do traficante Saulo da Rocinha, preso desde 2008. Em 2014, ela publicou o livro "Perigosa" em que conta a sua história de amor e lealdade aos catorze anos em que passou casada com o criminoso. A Bibi Perigosa real apareceu no último capítulo da novela, pedindo para a Bibi da ficção autografar o livro que lançava.
Considerando que a trama de Bibi é baseada em fatos reais narrados em um livro, pode-se afirmar que Glória Perez amparou-se na realidade. Do ponto de vista folhetinesco, a dramatização é necessária para adequar o produto ao formato telenovela, para não fazer parecer um documentário. Foi assim também com a série "Narcos" da Netflix, adaptada de eventos reais para caber em uma série de televisão.
A telenovela não cria a realidade. Ela pode refletir, caso de "A Força do Querer". Ainda assim, tomando "liberdades criativas", Glória Perez seguiu o livro mantendo, em linhas gerais, o que aconteceu na vida real. Ao final da novela, Bibi pagou sua dívida com a sociedade. Não cabe à novela contestar a Justiça.
Há apologia ao crime se a trama foi conduzida dentro do que aconteceu na realidade? Glória Perez lavou as mãos ao limitar-se à versão dos fatos de Fabiana Escobar? A escritora narrou em seu livro uma história de crime e castigo. E de superação. Tal qual a novela.
Nem sempre a ficção supera a realidade. Glória fez como sua mestra Janete Clair, que muitas vezes recorreu às manchetes de jornais para criar as histórias – à primeira vista – mais absurdas.
Leia também: "A Força do Querer mobilizou audiência, mas não foi unanimidade".
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