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No aniversário de Marieta Severo, conheça 10 curiosidades sobre a atriz

Nilson Xavier

02/11/2017 07h00

Em "O Outro Lado do Paraíso", "O Sheik de Agadir" e "A Grande Família"

Destaque da novela "O Outro Lado do Paraíso" – na qual interpreta a vilã Sophia -, a atriz Marieta Severo faz aniversário nesse dia 2 de novembro. Abaixo, 10 curiosidades sobre a sua vida e carreira.

01. Origens

Nascida em 1946, na cidade do Rio de Janeiro, Marieta Severo da Costa é filha de um advogado e de uma professora de inglês. Estudou balé clássico e pensou em ser professora. Mudou de ideia aos 16 anos, quando conheceu o curso de teatro do Tablado, de Maria Clara Machado.

02. Família

Marieta foi, por 33 anos, casada com o compositor Chico Buarque (de 1966 a 1999), com quem teve três filhas: Helena, Luísa e Silvia Buarque – esta última, que seguiu carreira de atriz, nasceu na Itália em um período em que a família optou por um exílio. Desde 2004, Marieta está casada com o diretor teatral Aderbal Freire Filho.

03. Início da carreira

Os primeiros trabalhos como atriz surgiram por acaso, tanto em teatro, quanto em cinema e televisão. E na mesma época, entre 1965 e 1966, quando tinha 19 anos. Acompanhando uma amiga em um teste para uma peça, Marieta acabou sendo convidada pelo diretor Luiz Carlos Maciel para um papel no filme "Society em Baby Doll". Logo em seguida, estreou também no teatro, na peça "As Feiticeiras de Salém".

Com 19 anos em sua primeira novela, "O Sheik de Agadir"

04. O Rato

Em 1966, a atriz atuou em sua primeira novela: "O Sheik de Agadir" – na recém-inaugurada TV Globo – em que viveu a princesa árabe Éden de Bassora. Na trama, um misterioso serial killer, conhecido como "O Rato", matou diversos personagens. Apenas um par de luvas negras aparecia em cena, geralmente estrangulando alguém. A Globo promoveu um concurso para o público tentar descobrir a identidade do criminoso. Ninguém conseguiu responder à pergunta que era repetida inúmeras vezes: "Quem matou? Quem matou?". Ao final da novela, a surpreendente revelação: o "Rato" era uma mulher – a franzina princesa de Marieta Severo. Fotografias da atriz, de biquíni, na coluna de Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta) apregoavam com ironia: "Este é o Rato!". Após esta, Marieta atuou nas novelas "Anastácia, a Mulher Sem Destino" e "O Homem Proibido", entre 1967 e 1968.

"O maravilhoso das histórias de novelas dessa época é que não tinham qualquer compromisso com a realidade. Portanto, mesmo não tendo o menor físico para matar, por enforcamento, aqueles agentes nazistas, a minha personagem, Éden, foi a escolhida para ser o misterioso Rato. (…) Esta foi a minha primeira vilã."

Fanny Richard em "Verdades Secretas" | Loreta em "Pátria Minha"

05. O autoexílio

Em 1968, Marieta estrelou o musical "Roda Viva", de Chico Buarque, que criticava abertamente o regime militar, e entrou na mira dos agentes do governo. Acompanhando o marido no lançamento de um álbum em Roma, e grávida da filha Sílvia, o casal recebeu notícias de como andava a situação no Brasil e decidiu passar alguns anos na Itália.

06. A volta

No final de 1970, Marieta voltou ao país e retomou a carreira de atriz. Participou da novela "E Nós, Aonde Vamos?", na TV Tupi. Depois deste trabalho, afastou-se da televisão para se dedicar às filhas e aos projetos de teatro e cinema. Em 1978, atuou no filme "Chuvas de Verão" e na peça "Ópera do Malandro", e em 1979, esteve em cartaz com o longa "Bye Bye Brasil".

Catarina em "Vereda Tropical" | Suzana em "Ti-ti-ti"

07. O retorno à Globo

Foi em 1983, após 18 anos, na minissérie "Bandidos da Falange" e na novela "Champagne". A consagração na TV veio no ano seguinte, com um papel cômico – a Catarina da novela "Vereda Tropical" – pelo qual foi premiada pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) como a melhor atriz de 1984. Em 34 anos na emissora, Marieta deu vida aos mais variados tipos, em novelas, minisséries, séries e especiais. A APCA ainda a elegeu melhor atriz de TV em duas outras ocasiões: em 1994, pela Loreta de "Pátria Minha", e em 2000, pela Alma de "Laços de Família". Outros papeis marcantes em novelas: Suzana em "Ti-ti-ti" (1985), Madeleine em "Que Rei Sou Eu?" (1989), Elvira em "Deus Nos Acuda" (1992) e Fanny em "Verdades Secretas" (2015).

08. Dona Nenê

Por treze anos, entre 2001 e 2014, Marieta ficou presa a uma mesma personagem: Dona Nenê, a matriarca da série "A Grande Família" – a mais longeva produção de dramaturgia da história da Globo. Saindo de uma personagem rica, fina e elegante – a Alma de "Laços de Família" -, a atriz precisou sofrer uma mudança radical no figurino e na caracterização (como enrolar os cabelos e usar roupas simples de dona de casa). Marieta chegou a gravar simultaneamente para as duas produções, .

Alma em "Laços de Família" (com Reynaldo Gianecchini) | Nenê em "A Grande Família"

09. No cinema

São quase 40 filmes em seu currículo. Em 1986, foi homenageada no Festival de Gramado, por sua atuação nos filmes "O Homem da Capa Preta", "Com Licença, Eu Vou à Luta" e "Sonho Sem Fim". Em 1995, foi protagonista de "Carlota Joaquina, Princesa do Brasil", um marco da retomada do cinema nacional. Em 2002, recebeu o prêmio Oscarito, pelos 37 anos de carreira dedicados ao cinema brasileiro. Em 2004, filmou "Cazuza, O Tempo Não Para", em que interpretou Lucinha Araújo, mãe do cantor. Entre seus filmes de sucesso, estão "Todas as Mulheres do Mundo" (1966), "Bye Bye Brasil" (1979), "Leila Diniz" (1987), "Faca de Dois Gumes" (1989), "O Corpo" (1991), "Guerra de Canudos" (1997), "Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme" (1999), "Um Copo de Cólera" (1999), "Villa-Lobos, uma Vida de Paixão" (2000), "As Três Marias" (2002), "A Dona da História" (2002), e "Quincas Berro D´Agua" (2010).

10. No teatro

Com mais de 40 anos de palco, Marieta foi premiada duas vezes com os prêmios Mambembe e Molière, e uma vez com o Prêmio Shell. Em 2005, ao lado da amiga Andréa Beltrão, inaugurou o Teatro Poeira, em Botafogo, no Rio de Janeiro. Em 2007, as duas estrearam o espetáculo "As Centenárias". Entre suas peças de destaque: "Roda Viva" (1968), "Ópera do Malandro" (1978), "No Natal a Gente vem te Buscar" (1980), "A Aurora da Minha Vida" (1982), "Um Beijo, um Abraço, um Aperto de Mão" (1985), "Cenas de Outono" (1988), "A Estrela do Lar" (1989), "A Dona da História" (1998), "Quem Tem Medo de Virginia Woolf" (2000) e "Incêndios" (2014).

Madeleine em "Que Rei Sou Eu?" | Elvira em "Deus Nos Acuda"

Fontes: site Teledramaturgia, site Memória Globo e Wikipedia.
Fotos: divulgação/Acervo Globo.
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Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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