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Deborah Evelyn está no ar em 4 novelas, mas nunca é demais vê-la atuando

Nilson Xavier

06/03/2018 10h25

Deborah Evelyn em "Tempo de Amar" (foto: reprodução)

Há tempos estava aguardando um bom momento para escrever sobre a atuação de Deborah Evelyn na novela das seis "Tempo de Amar". E não foi por falta de grandes cenas da atriz. Finalmente, no capítulo dessa segunda (05/03), chegou o ansiado clímax na trama de sua personagem Alzira. Ela descobriu que o rapazote Pepito (Maicon Rodrigues), filho da empregada Balbina (Walkíria Ribeiro), é filho de seu marido Bernardo (Nelson Freitas).

Que cenas, senhores! Do texto (Alcides Nogueira e equipe) à direção (Jayme Monjardim e equipe) e o desempenho irretocável dos atores envolvidos: Deborah Evelyn, Walkiria Ribeiro, Maicon Rodrigues, Nelson Freitas e Bárbara França (Celina, filha de Alzira e Bernardo). Um exercício de dramaturgia da melhor qualidade.

O núcleo de Alzira e Bernardo é um dos melhores de "Tempo de Amar". Harmoniza comédia e drama na medida certa, uma perfeita fusão de graça e emoção. Longe de desmerecer o trabalho de seus colegas de cena, Deborah Evelyn é a grande atração como Alzira, uma mulher pedante, arrogante e arrivista, porém humana e cômica. Uma adorável megera! Os embates com o ótimo Maicon Rodrigues, o Pepito, por causa dos quiproquós envolvendo o negócio de geleias, divertem e fazem pensar sobre preconceito social, racismo, orgulho e vaidade. Diversão com reflexão embutida.

Em "Celebridade", "Explode Coração" e "Bebê a Bordo" (foto: divulgação)

Contei: são 35 anos de carreira, 11 peças, 7 filmes, 22 novelas, 7 minisséries e várias participações em séries e outros programas de TV. A especialidade de Déborah são as mulheres amargas, ambiciosas e/ou neuróticas. Foram tantas assim, mas cada qual com peculiaridades. Alzira é muito diferente da Beatriz, vista na reprise de "Celebridade", no Vale a Pena Ver de Novo. Enquanto a primeira é uma espécie de vilã cômica, a outra é igualmente arrogante, porém, sem muitas tintas ou camadas, extremamente egoísta e capaz de maldades.

Deborah Evelyn é aquela atriz perfeita para papeis dramáticos e intensos. Gosto particularmente de três personagens neste perfil: Alcmena da minissérie "Desejo" (1990), Basília da minissérie "A Muralha" (2000) e Kiki da novela "A Regra do Jogo" (2015). Alzira também entrou para essa lista. Déborah ainda é vista  em reprise no canal Viva, em duas atrações: em Explode Coração ela é a jornalista Yone e em "Bebê a Bordo", a sexóloga Fânia. Nunca é demais ver a atriz atuando.

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Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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