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Narrativa de "Onde Nascem os Fortes" avança e melhora consideravelmente

Nilson Xavier

10/06/2018 07h00

Alexandre Nero e Alice Wegmann (Foto: Estevam Avellar/TV Globo)

Em texto anterior, critiquei a morosidade da narrativa de "Onde Nascem os Fortes" ao longo de suas cinco primeiras semanas de exibição: muito tempo para pouco desenrolar de história. Pois na semana passada (a sexta de exibição), a supersérie deu uma guinada na trama com a descoberta do corpo de Nonato e o forte indício de quem seriam os assassinos do rapaz. Não sei se se já era tudo previsto ou foi uma concessão dos autores George Moura e Sérgio Goldenberg. Mas foi providencial.

A nova fase da história trouxe agilidade para a supersérie. Talvez não houvesse a necessidade de cinco semanas para a maturação de trama e personagens. Foi o risco de afugentar o telespectador, já entediado em meio ao gato-e-rato de Pedro Gouveia e Maria. Neste momento, em que a trama evolui e as intenções dos personagens estão claras, a narrativa fica mais atraente. Inclusive para os que acompanham apenas pela grade ingrata da Globo (horários alternados e geralmente avançando a meia-noite).

Patrícia Pillar (foto: reprodução)

Sob a batuta inspirada de José Luiz Villamarim e equipe, Pillar, Débora, Nero, Fábio, Wegmann, Leone, Irandhir, Maeve, Jesuíta, Enrique, Zé Dumont, Lee Taylor e Lara Tremoroux nunca desperdiçam cena. Elogiar o elenco citando os atores com os melhores personagens não implica que os coadjuvantes, tão essenciais, foram esquecidos. O trabalho primoroso de direção de cenas e atores valoriza tudo e todos os envolvidos.

Também, anteriormente, critiquei a falta de verossimilhança de alguns entrechos. Agora, tudo parece diluído em meio à história que deslanchou. Quando a narrativa convida a "voar", o espectador precisa ser convencido a embarcar na viagem. Após turbulências, a sexta semana de "Onde Nascem os Fortes" deu o impulso que faltava para estabilizar esse voo.

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Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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