Minissérie “Rei Davi” tenta impressionar visualmente mas deixa a desejar
Faltou verdade nas falas de Rei Davi, a nova minissérie bíblica da Record que estreou nesta terça-feira (24/01/2012). Na boca dos atores, elas soaram declamadas, tal qual um jogral de igreja. Gracindo Júnior foi um dos únicos atores do elenco que transmitiu alguma verdade com seu personagem, o Rei Saul.
A caracterização da minissérie impressiona, para o bem e para o mal. A fotografia é interessante e os cenários são ótimos. Mas os figurinos femininos pecaram pelo colorido, que fez parecer um carnaval e destoou da unidade estética da atração. Já as perucas e apliques dos atores lembraram mesmo o Carnaval.
As cenas que exigiram efeitos especiais deixaram a desejar, o que ficou visível na sequência em que Davi luta contra um urso, e na que Samuel decapita um homem. O chroma-key só é bem usado quando não percebemos. Bem como os efeitos de computação gráfica que preenchem a tela. E eles foram fartamente utilizados neste primeiro capítulo. A Record já apresentou efeitos especiais melhores em Os Mutantes, em 2007.
A direção de Rei Davi preocupou-se mais em apresentar uma obra grandiosa de se ver na TV do que com a direção de seu elenco. Deveria ser o contrário, justamente por se tratar de uma obra bíblica, em que impressionar pelo texto bem interpretado é mais importante do que apenas pelo visual.
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