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Minissérie “Rei Davi” tenta impressionar visualmente mas deixa a desejar

Nilson Xavier

25/01/2012 01h15

Faltou verdade nas falas de Rei Davi, a nova minissérie bíblica da Record que estreou nesta terça-feira (24/01/2012). Na boca dos atores, elas soaram declamadas, tal qual um jogral de igreja. Gracindo Júnior foi um dos únicos atores do elenco que transmitiu alguma verdade com seu personagem, o Rei Saul.

A caracterização da minissérie impressiona, para o bem e para o mal. A fotografia é interessante e os cenários são ótimos. Mas os figurinos femininos pecaram pelo colorido, que fez parecer um carnaval e destoou da unidade estética da atração. Já as perucas e apliques dos atores lembraram mesmo o Carnaval.

As cenas que exigiram efeitos especiais deixaram a desejar, o que ficou visível na sequência em que Davi luta contra um urso, e na que Samuel decapita um homem. O chroma-key só é bem usado quando não percebemos. Bem como os efeitos de computação gráfica que preenchem a tela. E eles foram fartamente utilizados neste primeiro capítulo. A Record já apresentou efeitos especiais melhores em Os Mutantes, em 2007.

A direção de Rei Davi preocupou-se mais em apresentar uma obra grandiosa de se ver na TV do que com a direção de seu elenco. Deveria ser o contrário, justamente por se tratar de uma obra bíblica, em que impressionar pelo texto bem interpretado é mais importante do que apenas pelo visual.

Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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