“Guerra dos Sexos” tem a menor média de audiência desde 2010
Depois de duas semanas no ar, já pode tocar o sinal vermelho para Guerra dos Sexos: é a menor média no Ibope desde Tempos Modernos, em 2010. A novela das sete da Globo fechou sua segunda semana com uma média de 24,42 pontos (cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande São Paulo), quando a meta é 30. Veja a média até o capítulo 12 das últimas novelas no horário:
Guerra dos Sexos: 24,42
Cheias de Charme: 29
Aquele Beijo: 27,1
Morde e Assopra: 26,2
Ti-ti-ti: 28,3
Tempos Modernos: 24,1
Caras e Bocas: 27,42
Fonte: blog O Cabide Fala.
Há algo de obsoleto na nova Guerra dos Sexos. E não estou me referindo exclusivamente ao seu tema, a luta Homens vs. Mulheres, muito em voga na época da novela original, mas um tanto sem sentido hoje em dia, pela forma como é abordado e está sendo apresentado na novela atual. Em tempos em que gays lutam pelos seus direitos, Guerra dos Sexos, ao ignorá-los, mantem o ranço da censura do início dos anos 1980, que proibia a presença deles em novelas.
Aliás, Guerra dos Sexos quebra um padrão entre as novelas das sete horas da Globo: desde o início da década de 2000, toda trama das sete tinha alguma referência a um personagem gay. Esta é a primeira novela, em mais de dez anos, em que não existe nenhuma. Não que seja obrigatória – a telenovela não precisa levantar bandeira de causa alguma, muito menos retratar gays caricatos ou não. Mas para uma novela que se propõe a ir além do simples remake e atualizar a temática apresentada há 29 anos, soa estranho não haver referência a gays nesta guerra entre homens e mulheres.
Tão obsoleto quanto o tema é o humor que a direção desta nova Guerra imprime à novela – o que tem feito a nova geração questionar a tal revolução na comédia que a trama original propiciou à TV na década de 1980. Se antes a criatividade da direção, aliada ao texto, deu origem a um delicioso espetáculo de comédia, hoje em dia, depois de tantas novelas engraçadinhas de Walcyr Carrasco dirigidas por Jorge Fernando e equipe, o mais do mesmo cansa e soa banalizado.
O tom exagerado nas atuações teatrais de Tony Ramos e Irene Ravache tem conseguido, no máximo, arrancar um sorriso amarelo. Reynaldo Giancecchini ainda não sabe muito o que fazer com seu Nando, que parece uma mistura de Jamanta com o mecânico Pascoal, que o ator viveu em outra trama de Silvio de Abreu, Belíssima, de 2005 – em que contracenava com Jamanta (Cacá Carvalho).
Os destaques no elenco têm sido Glória Pires e Drica Moraes, que demonstram bastante segurança em suas personagens. Guerra dos Sexos ainda não acertou seu tom. A direção, outrora inovadora, hoje soa burocrática no texto de Silvio de Abreu. Ainda bem que a Guerra está apenas começando Tem tempo de sobra para mudar as estratégias e vencer algumas batalhas.
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