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Relembre a carreira de Umberto Magnani e seus papeis de destaque na TV

Nilson Xavier

27/04/2016 15h25

Foto: Divulgação/TV Globo

Foto: Divulgação/TV Globo

Perdemos nesta quarta (27/04) o ator Umberto Magnani, vítima de um AVC hemorrágico, que sofreu na segunda-feira, dia 25 de abril (dia de seu aniversário), enquanto gravava a novela "Velho Chico". Magnani passou dois dias em coma e faleceu. Na novela, o ator interpretava, desde a primeira fase, o Padre Romão, um personagem importante na trama, que costurava vários núcleos, por sua condição de líder religioso. Um novo padre entrará em substituição, para fazer as vezes de Romão, e será vivido por Carlos Vereza.

Umberto Magnani Netto nasceu em 25 de abril de 1941, em Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo. Tinha 75 anos. O ator é mais lembrado pela série de participações em produções assinadas pelo amigo Manoel Carlos. Entre 1991 e 2006, foi visto em seis novelas e uma minissérie de Maneco. Na primeira delas, "Felicidade" (1991-1992), Magnani viveu o seu personagem mais popular e com o qual ficou mais conhecido: o sonhador Ataxerxes, pai da protagonista Helena, vivida por Maitê Proença, casado com a ríspida Ametista, personagem de Ariclê Perez.

Seguiram-se Mauro Moretti em "História de Amor" (1995-1996), pai do protagonista Carlos (José Mayer); Antenor em "Por Amor" (1997-1998), pai do médico César (Marcelo Serrado, o que trocou os bebês da história); Eládio em "Laços de Família" (2000-2001, atualmente em reprise no canal Viva), padrasto de Cintia (Helena Ranaldi); Dr. Eugênio na minissérie "Presença de Anita" (2001); Argemiro em "Mulheres Apaixonadas" (2003), pai de Edwiges (Carolina Dieckmann); e Zé Ribeiro em "Páginas da Vida" (2006), caseiro da fazenda de Tide (Tarcísio Meira).

Umberto Magnani resistiu muito tempo aos apelos da televisão, apesar de sua vasta e reconhecida carreira no teatro (em 2015, assisti à sua última peça, "Elza e Fred", em que dividiu o palco com Suely Franco como protagonista). A estreia na telinha foi aos 32 anos de idade, em 1973, na novela "Mulheres de Areia" (a primeira versão, da TV Tupi), em que viveu o médico Zé Luís, irmão do vilão César (Rolando Boldrin). O ator voltou à TV na década de 1980, em pequenas participações: "Caso Verdade", a série "Joana" (com Regina Duarte), a novela "Razão de Viver", do SBT, e as minisséries "Anarquistas Graças a Deus" e "Grande Sertão: Veredas", ambas dirigidas por Walter Avancini.

Na década de 1990, além do trabalho com Manoel Carlos, Magnani foi visto na minissérie "Rosa-dos-Rumos", da TV Manchete; na novela "Éramos Seis", do SBT, como o vendeiro espanhol Alonso, pai de Carmencita (Eliete Cigarini); e na série infanto-juvenil "Sandy e Jr.". Em 2004, viveu o engraçado Chico Bento, amigo do Coronel Boanerges (Tony Ramos) em "Cabocla", de Benedito Ruy Barbosa. E, em 2005, foi seu Elias, pai de Kátia (Rita Guedes), em "Alma Gêmea", de Walcyr Carrasco.

Em 2007, Umberto Magnani atuou na novela "Amigas e Rivais", do SBT (como Pedro Gonçalves) e, entre 2008 e 2015, fez parte do casting da TV Record, tendo atuado em quatro novelas ("Chamas da Vida", atualmente em reprise, como Dionísio, "Ribeirão do Tempo", como o delegado Ajuricaba, "Máscaras", como Jeremias, e "Balacobaco", como Genivaldo), e duas séries (a bíblica "Milagres de Jesus" e "Conselho Tutelar"). "Velho Chico" marcava o retorno do ator à TV Globo.

Vale destacar também a carreira de Umberto Magnani no cinema, em apenas sete filmes, mas todos importantes: "Chão Bruto" (1976), "Jogo Duro", (1985), "A Hora da Estrela" (1985), "Kuarup" (1989), "Cronicamente Inviável" (2000), "Cristina Quer Casar" (2003) e "Quanto Vale ou é Por Kilo?" (2005).

Umberto Magnani será enterrado nesta quinta-feira (28/04), em sua cidade natal, Santa Cruz do Rio Pardo, onde o seu corpo será velado no Palácio da Cultura Umberto Magnani Netto, assim batizado em sua homenagem.

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Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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