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Nenhum personagem sobra e nenhum ator é desperdiçado em “Novo Mundo”

Nilson Xavier

16/07/2017 11h12

Júlia Lemmertz em "Novo Mundo" (Foto: Rachel Cunha/TV Globo)

"Novo Mundo" é aquela novela gostosa de acompanhar: fonte inesgotável de acontecimentos e reviravoltas. Os autores – Thereza Falcão e Alessandro Marson – estão sempre fomentando a história com N situações. Nenhum personagem sobra e nenhum ator é desperdiçado. Até os mais coadjuvantes têm vez na novela. Vide as aias da imperatriz – Lurdes e Dalva (Bia Guedes e Mariana Consoli) – consultando a vidente Madame Dalila (Ingrid Guimarães).

E tivemos a entrada de Júlia Lemmertz na trama, como a austríaca Grrrrrreta. Caracterização e sotaque incríveis! A nova personagem vem para incrementar e refrescar a trama.

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Maria Pia – Mariana Santos em "Pega Pega" – sofre muito e é infeliz. Poderíamos afirmar que é bom ver a atriz fora dos programas humorísticos em uma atuação dramática. SQN. Mariana Santos faz graça como a personificação da mulher rancorosa que desconta a infelicidade nas pessoas.

Rimos da forma espirituosa como Maria Pia expõe nossas próprias mazelas. É uma personagem adorável, rica e cheia de nuances que encontrou na atriz uma intérprete à altura. E shipamos Malapia – a torcida para ela se dar bem com Malagueta (Marcelo Serrado). Talvez ele possa fazer Maria Pia feliz!

Mariana Santos em "Pega Pega" (Foto: reprodução)

Na semana que passou, "Malhação" exibiu sequências ótimas da destruição parcial do Colégio Cora Coralina pela chuva. Novamente Daphne Bozaski brilhou com sua Benê, nas cenas em que ela chorava as perdas da família com a chuva. Pensei que a trama fosse se enveredar pelo contraponto com o colégio rico (o Grupo), que nada sofreu com a enxurrada e que poderia ajudar o colégio vizinho pobre. Mas lá, a trama da hora é a colocação das catracas. Aí se destaca Manoela Aliperti, a Lica, em uma fase bem radical da personagem.

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Fui cobrado por não comentar as novelas das outras emissoras (entenda Record e SBT). Bem, durante a semana, fui assistir a um capítulo de "O Rico e Lázaro" e, passada meia-hora, nada havia acontecido na trama. Mudei de canal quando começou "A Força do Querer". É assim que funciona no universo da televisão…

Destaca-se em "O Rico e Lázaro" a atuação de Zé Carlos Machado como o sacerdote Fassur, um fanático religioso que patrulha a vida de todos, risível, quase ridículo. Chega a ser engraçado. Totalmente diferente do déspota faraó Seti de "Os Dez Mandamentos" e do terapeuta Théo da série "Sessão de Terapia". Grande e versátil ator!

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Na terça-feira do dia 25 de julho, estreia na Record a novela "Belaventura", de Gustavo Reiz, uma trama de capa-e-espada. Na próxima quarta, vou ao Rio a convite da emissora para o lançamento da novela. Estou bastante curioso e torcendo pela nova produção da Record.

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Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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