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2 paixões nacionais: relembre as Novelas exibidas durante as Copas do Mundo

Nilson Xavier

16/06/2018 07h00

Mário Gomes em "Vereda Tropical" | Cláudio Marzo em "Irmãos Coragem" | Murilo Benício em "Avenida Brasil"

E se juntar duas das maiores paixões nacionais, FUTEBOL E NOVELA? A proposta é relembrar as novelas da Globo que foram ao ar durante Copas do Mundo passadas, desde a primeira com a emissora em operação, a de 1966. Por que a Globo? Porque a emissora tem tradição nas transmissões dos jogos da copa. As fotos são de personagens jogadores de futebol em novelas diversas.

A Copa de 1966, na Inglaterra aconteceu entre 11 e 30 de julho e o país-sede foi o campeão (única copa vencida pelos ingleses). O Brasil – que já era bicampeão mundial (na Suécia em 1958 e no Chile em 1962) – se deu mal e foi eliminado logo na primeira fase.

Na época, a TV Globo (inaugurada no ano anterior) estava iniciando seu núcleo de dramaturgia. A exibição dos jogos ainda não era ao vivo. Durante a Copa da Inglaterra, foram ao ar os últimos capítulos de "Eu Compro Esta Mulher" e os primeiros de "O Sheik de Agadir", ambas escritas pela cubana Glória Magadan.

A Copa de 1970, no México, trouxe de volta a alegria para o Brasil: a seleção conquistou o Tricampeonato. Aconteceu entre 31 de maio e 21 de junho, enquanto a Globo exibia as novelas "Pigmalião 70", às 19h, e "Verão Vermelho", às 22h. Uma semana após o término da copa, terminava a novela "Véu de Noiva", às 20h.

Aproveitando a euforia pelo tricampeonato, Janete Clair criou para a novela seguinte – "Irmãos Coragem" – um personagem jogador de futebol: Duda (Cláudio Marzo), um dos irmãos do título. Janete aproveitou sua trama para falar um pouco dos problemas da profissão. O público masculino prestigiou a novela. Em seu livro "Antes que me Esqueçam", o diretor Daniel Filho afirma que "Irmãos Coragem" deu mais audiência que o final da Copa de 70.

Claudio Marzo como Duda em "Irmãos Coragem", 1ª versão (1970)

Em 1974, a Copa foi na Alemanha. Os anfitriões conquistaram o bicampeonato e o Brasil amargou o quarto lugar. Durante o período da copa – de 13 de junho e 7 de julho – a Globo exibiu as novelas "Supermanoela", às 19h, "Fogo Sobre Terra", às 20h, e "O Espigão", às 22h.

"Supermanoela" não fez sucesso. Foi estrelada por Marília Pêra, que vivia a empregada doméstica Manoela. Estressada, após esse trabalho a atriz se afastou da TV por quase dez anos.

"Fogo Sobre Terra" enfrentou uma luta com a censura do Regime Militar, que mutilou a trama de Janete Clair – foi uma de suas obras mais prejudicadas pela censura. Dina Sfat foi o grande destaque do elenco, que tinha também Juca de Oliveira, Regina Duarte e Jardel Filho.

"O Espigão" abordou Ecologia e meio ambiente pela primeira vez na TV. Milton Moraes era o protagonista, que queria construir o maior arranha-céu da América Latina, mas para isso precisava comprar um terreno de uma família esquisita. Betty Faria destacou-se como a criminosa Lazinha Chave-de-Cadeia.

A Copa da Argentina aconteceu entre 1º e 25 de junho de 1978 e entrou para a história como o campeonato em que a Argentina tirou o Brasil da final ganhando de goleada do Peru, numa partida para lá de controversa e suspeita. O Brasil terminou em terceiro lugar, enquanto a Argentina sagrou-se campeã. Em junho de 1978, a Globo exibia as novelas "Maria Maria", "Te Contei?", "O Astro" e "O Pulo do Gato".

Os jogadores do Divino Futebol Clube de "Avenida Brasil" (2012): Jorginho (Cauã Reymond), Iran (Bruno Gissoni), Roni (Daniel Rocha) e Leandro (Thiago Martins)

"Maria Maria", às 18h, apresentava Nívea Maria em papel duplo: as sósias Maria Alves, pobre e simplória, e Maria Dusá, rica e sofisticada. A novela estava em seus últimos capítulos e terminou às vésperas do fim da copa. Na segunda-feira do dia 26 de junho, estreou a nova atração do horário, a novela "Gina".

Às 19h era exibida "Te Contei?", despretensiosa trama de Cassiano Gabus Mendes, com Luiz Gustavo vivendo o carismático cego Léo. A novela das 22h deste período era "O Pulo do Gato", de Bráulio Pedroso, que entrava em sua reta final.

Às 20h, o Brasil vivia a comoção coletiva do "quem matou Salomão Hayalla?", personagem de Dionísio Azevedo na novela "O Astro", de Janete Clair. A trama estava em seus derradeiros capítulos: se estendeu por mais uma semana após o término da copa. A exemplo do que acontecera em "Irmãos Coragem" em 1970, "O Astro" também, registrou índices de audiência superiores aos das transmissões dos jogos da seleção brasileira.

Na Copa da Espanha, em 1982, o Brasil fazia uma das melhores campanhas da história da seleção, com um "dream team" poucas vezes visto. Porém, o italiano Paolo Rossi foi o nosso carrasco, no fatídico jogo contra a Itália que tirou o Brasil da final e levou a "squadra azzurra" a sagrar-se campeã. A copa aconteceu entre 13 de junho e 11 de julho, quando a Globo transmitia as novelas "O Homem Proibido", "Elas por Elas" e "Sétimo Sentido".

"O Homem Proibido", de Teixeira Filho adaptada do folhetim de Nelson Rodrigues, foi apresentada às 18h e seu lançamento causou furor: como assim adaptar o "Anjo Pornográfico" para o horário das seis? Mas a trama não apresentou nada além do permitido.

Mário Gomes com os jogadores Casagrande e Serginho na novela "Vereda Tropical" (1984)

Às 19h, Cassiano Gabus Mendes apresentava uma de suas novelas de maior sucesso: "Elas por Elas", a história de sete amigas que se reencontravam depois de vinte anos, mudando drasticamente suas vidas, e as desventuras do atrapalhado detetive Mário Fofoca, imortalizado por Luiz Gustavo em um terno xadrez lilás.

Janete Clair era a autora da novela das 20h da época, "Sétimo Sentido". Percebeu como ela sempre esteve presente em períodos de Copa? – 1970, 1974, 1978 e 1982. Paranormalidade e dupla identidade foram temas abordados nesta trama estrelada por Regina Duarte, que viveu as personagens Luana Camará e Priscila Capricce.

A copa voltava para o México no ano de 1986. Como na Espanha, em 1982, o Brasil foi, novamente, eliminado nas quartas de final. A seleção argentina conquistou o bicampeonato, com grande destaque para Diego Maradona. A copa de 1986 ocorreu de 31 de maio a 29 de junho, enquanto iam ao ar as novelas "Sinhá Moça", "Cambalacho" e "Selva de Pedra" (o remake).

"Sinhá Moça", escrita por Benedito Ruy Barbosa, tinha muitos pontos em comum com a novela "Escrava Isaura", exibida exatos dez anos antes. Ambas eram tramas de época, abolicionistas, em que a mocinha era vivida por Lucélia Santos e o vilão por Rubens de Falco.

Às 19h, o público se divertia com "Cambalacho", novela de Silvio de Abreu, com Fernanda Montenegro vivendo a cambalacheira Naná, Gianfrancesco Guarnieri, como seu parceiro Gegê, e Natália do Valle, como a vilã Andreia Souza e Silva ("Perigosaaaaaaa!"). Ainda, a presença de Regina Casé, como a hilária Tina Pepper e seu sonho de ser uma cantora rica e famosa.

O time de "Lado a Lado" (2012): Umberto (Klebber Toledo), Albertinho (Rafael Cardoso), Fernando (Caio Blat) e Teodoro (Daniel Dalcin)

Às 20h, a Globo apostou no remake de um clássico das novelas: "Selva de Pedra", de Janete Clair – olha ela aqui novamente, ainda que falecida à época. Óbvio que este remake não repetiu os 100% de audiência que a trama original chegou a alcançar. Mas manteve o esperado para o horário das oito da Globo. No elenco, Tony Ramos, Christiane Torloni e Fernanda Torres.

1990 foi realmente um ano para esquecer. O Brasil era "tomado de assalto" pelo Plano Collor enquanto a seleção brasileira, na Itália, fazia uma de suas piores campanhas na história das copas: foi precocemente eliminada pela Argentina nas oitavas-de-final. A Alemanha conquistou o tricampeonato. A Copa de 1990 aconteceu entre 8 de junho e 8 de julho.

Enquanto isso, o brasileiro se rendia à inovação de "Pantanal", novela da Manchete, com texto de Benedito Ruy Barbosa. Na Globo, o período entre junho e julho de 1990 foi preenchido com as novelas "Gente Fina", "Mico Preto" e "Rainha da Sucata".

"Gente Fina", esquecida produção das seis, veio com falhas de roteiro. Mais lembrada pela chiclete "Quatro Semanas de Amor", versão tupiniquim da música "Sealed With a Kiss", gravada pela dupla Luan e Vanessa, que estourou nas rádios e programas de auditório.

"Mico Preto", às 19h, foi a novela que não se levava a sério. O tom de farsa estava já na escalação. Louise Cardoso vivia a mocinha romântica da história, depois de várias personagens escrachadas no "TV Pirata". E Glória Pires, cafonérrima como a periguete Sarita. O destaque foi Miguel Falabella, como o afetado Zé Luís, que tinha um caso velado com o político vivido por Marcelo Picchi.

A atriz Rachel Ripani com o jogador Renato Gaúcho em "Zazá" (1997)

"Rainha da Sucata", de Silvio de Abreu, foi um sucesso das oito da Globo repleto de personagens inesquecíveis: Maria do Carmo (Regina Duarte), Laurinha Figueroa (Glória Menezes), Dona Armênia (Aracy Balabanian) e muitos outros. E de quebra ajudou a popularizar a lambada, ritmo que tomava conta do país.

Em 1994, o Brasil voltou a vibrar com uma final de Copa de Mundo, depois de um jejum de 24 anos e seis campeonatos. Comandada pela dupla Parreira-Zagalo, e tendo o craque Romário como seu maior destaque, a seleção brasileira se sagrou tetracampeã na Copa dos Estados Unidos. Enquanto acontecia a campeonato (entre 17 de junho e 17 de julho), a Globo exibia as novelas "Tropicaliente", "A Viagem" e "Fera Ferida".

Às 18h ia ao ar "Tropicaliente", trama praiana e ensolarada de Walther Negrão. Não foi um grande sucesso por aqui, mas, veja só, parou a Rússia quando foi exibida lá – com o título "Tropikanka", "mulher tropical" em russo.

Às 19h, "A Viagem", trama espírita de Ivani Ribeiro, fazia o maior sucesso. Curiosamente, além de exibida durante a Copa dos EUA, duas das reprises da novela também ocorreram em tempos de copa: em 2006 (Copa da Alemanha) e 2014 (imediatamente após a Copa do Brasil).

Às 20h30, era exibida "Fera Ferida", de Aguinaldo Silva, com a fictícia cidade de Tubiacanga e seus pitorescos moradores, entre eles, o jogador de futebol Ataliba Timbó (Paulo Gorgulho). A novela terminou junto com a copa e na segunda-feira seguinte estreou a nova atração das oito, "Pátria Minha", de Gilberto Braga.

Marcos Winter como Duda em "Irmãos Coragem", 2ª versão (1995)

1998. Copa da França. A seleção brasileira foi para a final, como a favorita, contra os donos da casa. Porém, aconteceu uma das maiores polêmicas da história das copas. O maior craque brasileiro daquele time, Ronaldo, o Fenômeno, a princípio não entrou em campo, alegando uma convulsão. Entrou depois, jogou mal o Brasil perdeu de 3 a 0 para a França. A copa se deu entre 10 de junho e 12 de julho, enquanto a Globo exibia as novelas "Era uma Vez", "Corpo Dourado" e "Torre de Babel".

Com forte apelo infantil, a trama de "Era uma Vez", com clara inspiração em "A Noviça Rebelde", fez sucesso entre as crianças. Enquanto isso, às 19h, Antônio Calmon mais um vez abordava o universo praiano, em "Corpo Dourado". Mas propunha uma mistura com o country, através da cowgirl Selena (Cristiana Oliveira).

E às oito e meia da noite, ninguém se entendia na "Torre de Babel", novela de Silvio de Abreu, que afugentou o telespectador. Silvio mexeu na trama e alguns personagens foram para os ares – literalmente – na famigerada explosão do shopping, que deu uma guinada na trama.

Em 2002, pela primeira e – até então – única vez na história das copas, o campeonato aconteceu em mais de um país, simultaneamente: Coréia do Sul e Japão. O Brasil sagrou-se Pentacampeão Mundial, título inédito, vencendo a Alemanha na final, em 30 de junho de 2002. A copa havia se iniciado em 31 de maio. Neste período, a Globo exibiu as novelas: "Coração de Estudante", "Desejos de Mulher", "O Clone" e "Esperança".

"Coração de Estudante", de Emanoel Jacobina, teve problemas de audiência em seu início, mas ajustes foram providenciados e a novela terminou com boa repercussão. Destaque para a vilã Amelinha (Adriana Esteves), o peão Nélio (Vladimir Brichta) e a relação carinhosa entre Edu (Fábio Assunção) e seu filho Lipe (o então garoto Pedro Malta).

O ator Osmar Prado com o jogador Garrincha em "Bandeira Dois" (1971)

"Desejos de Mulher" tinha como pano de fundo o universo da moda e abordava vários clichês do folhetim que sempre funcionam. Mas, desta vez, não funcionaram – apesar da ótima vilã Selma (Alessandra Negrini). Para a posteridade, ficou a expressão "memória de Andréa Vargas", uma referência à amnésia da personagem de Regina Duarte.

A novela "O Clone", sucesso de Glória Perez, terminou bem no meio da Copa da Coréia-Japão, em 15 de junho de 2002. A primeira das tramas da autora ambientada em um país exótico aos nossos olhos (nesse caso, no Marrocos), repleta de bordões e dancinhas engraçadas. E um apelo folhetinesco irresistível, que ainda teve o mérito de abordar clonagem humana e drogas, entre outros temas.

A novela substituta foi "Esperança", de Benedito Ruy Barbosa, novamente sobre a imigração no Brasil. A Globo esperava a mesma repercussão da trama anterior do autor, "Terra Nostra". Mas esta não cativou e Benedito, adoentado, foi substituído por Walcyr Carrasco.

Em 2006, na Copa da Alemanha, o Brasil decepcionou, e foi eliminado pela França nas quartas-de-final. A copa aconteceu entre 9 de junho e 9 de julho e a Itália conquistou o tetracampeonato. Enquanto isso, a Globo exibia as novelas "Sinhá Moça" (o remake), "Cobras e Lagartos" e "Belíssima".

Olha a coincidência: "Sinhá Moça", de Benedito Ruy Barbosa, se passou em meio a uma copa, como na versão original da novela, de 1986, quando foi exibida durante a Copa do México. Desta vez, coube a Débora Falabella o papel-título, Sinhá Moça, e a Osmar Prado, o vilão, Barão de Araruna – personagens de Lucélia Santos e Rubens de Falco na versão original.

Adauto Chupetinha (Juliano Cazarré) jogando pelo Divino Futebol Clube em "Avenida Brasil"

Às 19h, era exibida "Cobras e Lagartos", de João Emanuel Carneiro, com uma galeria de personagens marcantes em tramas divertidas. Como esquecer tipos como Foguinho (Lázaro Ramos), Ellen (Taís Araújo), Leona (Carolina Dieckmann) e Milu Montini (Marília Pêra)?!

No horário nobre, iam ao ar os momentos decisivos da novela "Belíssima", de Silvio de Abreu, que terminou junto com a Copa da Alemanha – na segunda-feira seguinte, estreou a nova novela das nove, "Páginas da Vida", de Manoel Carlos. E atualmente "Belíssima" volta em tempos de copa (na Rússia), na reprise do "Vale a Pena Ver de Novo".

2010, Copa da África do Sul – a primeira em continente africano. Assim como acontecera na Alemanha, em 2006, a seleção brasileira foi desclassificada nas quartas-de-final, desta vez pela Holanda. A seleção espanhola sagrou-se campeã. A copa ocorreu entre 11 de junho e 11 de julho, período em que foram ao ar as novelas "Escrito nas Estrelas", "Tempos Modernos" e "Passione".

"Escrito nas Estrelas", trama de Elizabeth Jhin, fez sucesso às 18h . A vida após a morte, o amor além da vida, as injustiças sociais e o amor fraternal foram temáticas certeiras da autora para cativar o público.

Às 19h, ia ao ar a controversa "Tempos Modernos". Um quê de ficção científica no edifício da trama regido por um computador. O público não aprovou a história e respondeu na audiência, baixa para os padrões da época.  Mudanças foram feitas para ajustar a obra, mas o estrago era grande e restava pouco a ser feito.

Rodrigo Faro como Renildo em "Suave Veneno" (1999)

Às nove horas, Silvio de Abreu apresentava "Passione", novela que destacou os personagens de Tony Ramos (o italiano Totó) e Mariana Ximenes (a vilã Clara). Silvio de Abreu se igualava a Janete Clair no número de novelas exibidas em tempos de Copa do Mundo, 5: "Cambalacho" em 1986, "Rainha da Sucata" em 1990, "Torre de Babel" em 1998, "Belíssima" em 2006 e "Passione" em 2010.

Se considerarmos novelas de outras emissoras, Benedito Ruy Barbosa também se junta a esse grupo, vide "Sinhá Moça" em 1986, "Pantanal" (Manchete) em 1990, "Esperança" em 2002, o remake de "Sinhá Moça" em 2006 e "Meu Pedacinho de Chão", em 2014. E Ivani Ribeiro: "Anjo Marcado" (Excelsior) em 1966, "As Bruxas" (Tupi) em 1970, "Os Inocentes" e "A Barba Azul" (Tupi) em 1974, e "A Viagem" (Globo) em 1994.

A participação da seleção brasileira na Copa do Brasil, de 2014, foi uma das mais vexatórias da história das copas. Após perder para a Alemanha nas semifinais por incríveis 7 a 1, o Brasil amargou o quarto lugar ao perder para a seleção holandesa por 3 a 0. A Alemanha conquistou seu tetracampeonato.

A Copa do Brasil aconteceu entre 12 de junho a 13 de julho, período em que a Globo exibiu a temporada "Casa Cheia" da Malhação (que já era chamada de novela e terminou junto com a copa), "Meu Pedacinho de Chão", às 18h, "Geração Brasil", às 19h, "Em Família", às 20h. Na segunda-feira seguinte após o término do evento a Globo estreou a temporada "Sonhos" de Malhação e, às 23h, a novela "O Rebu", o remake.

O regravação da novela "Meu Pedacinho de Chão", de Benedito Ruy Barbosa, por Luiz Fernando Carvalho, apresentava uma proposta lúdica do diretor. Com ares de contos de fada, o universo rural da trama era apresentado pelo olhar das crianças Lepe e Pituquinha (Tomás Sampaio e Geytsa Garcia).

Nuno Leal Maia (Bertazo) e Mário Gomes (Luca) em "Vereda Tropical" (1984)

A Globo lançou "Geração Brasil" antes de começar a copa para estancar a baixa audiência que o horário das 19h enfrentava na época e para segurar, durante o período, o novo público que a novela fosse levantar. Mas não levantou: a trama tecnológica não agradou. A novela ainda foi prejudicada pela copa, cujos jogos alteraram a grade da emissora e sua programação tradicional.

Às 21h, a audiência despencava ante a trama lenta de "Em Família". Encerrava-se melancolicamente, a saga das Helenas do autor Manoel Carlos (aqui vivida por Júlia Lemmertz). A novela terminou uma semana após a copa e foi substituída por "Império", de Aguinaldo Silva.

A Copa da Rússia 2018 começou dia 14 de junho e se estenderá até 15 de julho. Atualmente, estão no ar as novelas "Malhação, Vidas Brasileiras", "Orgulho e Paixão", "Deus Salve o Rei" e "Segundo Sol". Que a seleção brasileira faça a melhor campanha!

BÔNUS: Novelas com futebol em suas tramas: Avenida Brasil, Irmãos Coragem (as duas versões), Zazá, Vidas em Jogo, Lado a Lado, O Campeão, Bandeira Dois, Vereda Tropical, Salomé, Fera Ferida, Suave Veneno, Que Rei Sou Eu?, A Lua Me Disse, Três Irmãs.

Fotos: Acervo/TV Globo divulgação.
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Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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