85 anos de Eva Wilma: o teste com Hitchcock e outros fatos de sua carreira
Eva Wilma completa nesta sexta-feira, 14 de dezembro, 85 anos de vida, dos quais 65 são dedicados à arte de representar. A atriz comemorou neste ano o aniversário de carreira com o show "Casos e Canções", participou da novela "O Tempo Não Para" e esteve, até novembro, em cartaz com a peça "Quarta-Feira, sem Falta, Lá em Casa", ao lado de Suely Franco. Vivinha, como é conhecida no meio artístico, pode ainda ser vista na reprise da novela "A Indomada", no canal Viva, como a vilã Maria Altiva Pedreira de Mendonça e Albuquerque, uma das personagens mais populares de sua vasta carreira de sucesso.
Eva Wilma Riefle – o pai era alemão e a mãe era filha de alemães – nasceu em São Paulo, em 14 de dezembro de 1933. Foi casada com o ator John Herbert, pai de seus dois filhos, Vivien e Johnny, e com Carlos Zara, parceiro de tantas cenas românticas em novelas.
Em sua carreira vitoriosa, a atriz foi premiada várias vezes, por trabalhos em televisão, cinema e teatro. Na TV, foram, pelo menos, 40 novelas (em personagens fixos), além de minisséries e seriados. No cinema, mais de 30 filmes, e, no teatro, quase 60 peças. Uma curiosidade: em 1969, Eva Wilma foi a Hollywood, convidada para fazer um teste com o diretor Alfred Hitchcock para o filme "Topázio" (o papel ficou com a atriz alemã Karin Dor).
Até a década de 1960, além de teleteatros e novelas, Eva Wilma estrelou, ao lado do então marido John Herbert, a série "Alô Doçura!", considerada a primeira sitcom da TV brasileira. Foram 12 anos de sucesso, entre 1953 e 1964. A imagem mais remota que tenho da atriz é da época em que ela atuava na novela "A Barba Azul", da TV Tupi (1975), como Jô Penteado – que, na Globo, ganhou um remake, "A Gata Comeu", em 1985, com Christiane Torloni no mesmo papel.
Eva Wilma passou a década de 1970 inteira atuando nas novelas da Tupi, com destaque, além de "A Barba Azul", para "Meu Pé de Laranja Lima" (1970-1971), "Nossa Filha Gabriela" (1971-1972) e "A Viagem" (1975-1976). Ainda: a atriz será para sempre lembrada como as gêmeas Ruth e Raquel, do clássico "Mulheres de Areia", de 1973-1974 (novela refeita na Globo vinte anos depois, com Glória Pires).
Em 1980, Eva Wilma estreou na Globo, na novela "Plumas e Paetês". Rebeca era o tipo de personagem cômica na qual Vivinha se especializou: a viúva alegre. Como Rebeca, também Márcia de "Elas por Elas" (1982), Francisca de "Transas e Caretas" (1984) e Penélope de "Sassaricando" (1987-1988).
Dos anos 80, vale ainda destacar duas personagens dramáticas: Laura, da primeira versão de "Ciranda de Pedra" (1981), uma mulher sensível com problemas psicológicos, e Maura, de "Roda de Fogo" (1986-1987), ex-guerrilheira que havia sido vítima do Regime Militar.
Na década de 1990, Eva Wilma teve outras duas atuações dramáticas marcantes: Hilda de "Pedra Sobre Pedra" (1992), que sofria calada com as infidelidades do marido, e Tereza de "Pátria Minha" (1994-1995), outra mulher submissa, mas que dava a volta por cima.
Duas personagens cômicas se destacaram nos anos 90: Zuleika de "História de Amor" (1995-1996), uma perua falida e engraçada, e Altiva de "A Indomada" (1997), a vilã megalômana e tresloucada que caiu nas graças do público e imortalizou o bordão "Oh xente, mai gódi!". Também destaque para a mamma italiana Marieta Berdinazzi, na primeira fase de "O Rei do Gado" (1996), e a dobradinha com Patrícia Pillar no seriado "Mulher" (1998-1999).
A atriz ilustrou a abertura da novela "A Barba Azul", da Tupi, em 1974:
Dos anos 2000 em diante, entre outros trabalhos, Eva Wilma foi Maria da Cunha na minissérie "Os Maias" (2001), Dona Maria I, a Louca, na minissérie "O Quinto dos Infernos" (2002), as vilãs Lucrécia Borges de "Começar de Novo" (2004-2005) e Cândida de "Desejo Proibido" (2007-2008), a trambiqueira Tia Íris, de "Fina Estampa" (2011-2012), e a alcoólatra Fábia de "Verdades Secretas" (2015).
Todos já ficaram, alguma vez, boquiabertos ante a atuação da atriz, que transita com maestria entre o drama e a comédia. Eu a vi no teatro em 2017, deslumbrante ao lado de Nicette Bruno na peça "O Que Terá Acontecido a Baby Jane?", e neste ano, com Suely Franco em "Quarta-Feira, sem Falta, Lá em Casa". Presente na memória afetiva de gerações, Eva Wilma está para a cultura brasileira como uma de suas personalidades artísticas mais marcantes e representativas.
Fotos: por suas respectivas emissoras.
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