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Novelão assumido, “Escrava Mãe” mal começou e já tem um "quem matou"

Nilson Xavier

14/06/2016 15h53

O Personagem de Antônio Petrin foi assassinado (Foto: Reprodução)

O personagem de Antônio Petrin foi misteriosamente assassinado (Foto: Reprodução)

Como já mencionei anteriormente aqui, a novela "Escrava Mãe" é uma salada folhetinesca. Junta todos os ingredientes – entenda clichês – que fazem a alegria dos fãs do gênero. O autor, Gustavo Reiz, já engatou um "quem matou" na segunda semana da novela! O mistério durou pouco tempo para o público: quem matou Custódio Avelar (Antônio Petrin) foi a filha dele, Maria Isabel (Thaís Fersoza). Os personagens da trama só descobrirão a identidade do assassino no final.

Em pouco mais de duas semanas de exibição, já se percebe que a produção de "Escrava Mãe" é belíssima, tanto em cenários quanto em figurinos, arte e fotografia. A trilha sonora acompanha. O elenco é bem escalado e não há deslizes. A novela é bem dirigida (equipe de Ivan Zettel).

Diante desses atrativos todos, já se destacam alguns nomes do elenco, muito bons em cena. Seguindo à risca a cartilha do folhetim, os personagens são maniqueístas: os bons são virtuosos e os maus são terríveis. Quando o ator é competente e/ou bem dirigido, é fácil embarcar nessa fantasia.

É o caso de Thaís Fersoza (quanta segurança para interpretar uma vilã!), Roberta Gualda (excelente como a sofredora), Zezé Motta, Antônio Petrin (pena que seu personagem morreu), Bete Coelho (comedida na dose certa), Luiz Guilherme, Lidi Lisboa (má e invejosa), Sidney Santiago, Luiza Tomé e Jussara Freire (que vem roubando as cenas sempre que aparece).

Os ganchos são bons. A festa de casamento de Almeida (Fernando Pavão) e Tereza (Roberta Gualda) foi um ótimo clímax, repleto de acontecimentos, que rendeu a morte do coronel Custódio (Antônio Petrin) e um "quem matou". Apenas senti um descompasso da trilha sonora em algumas sequências: a música incidental, muito linear, não valorizou o ritmo, parecia não acompanhar os altos e baixos nas cenas do festejo.

A trama é bem costurada por Gustavo Reiz. Segredos do passado, mistérios, vilões cruéis (são vários), vingança, humor, hipocrisia da sociedade, sonho de liberdade, a questão da abolição, o sofrimento da mocinha, e agora um "quem matou". O autor promete uma trama movimentada. Tem em mãos um bom arsenal para os meses que virão.

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(Foto: Reprodução)

(Foto: Reprodução)

Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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